Pfizer e Instituto Butantan 28.05.2021 | 08h52
Jefferson Rudy/Agência Senado
O Brasil tem 100 milhões de doses de vacinas a menos no primeiro semestre de 2021 depois de recusas ou da demora do governo federal para responder às ofertas da Pfizer e do Instituto Butantan, avaliou na quinta-feira (27) o vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é um dos senadores independentes da comissão. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello rebateu as acusações de demora em seu depoimento aos senadores.
"O depoimento do CEO da Pfizer e o depoimento hoje, do presidente do Instituto Butantan prova claramente que nós poderíamos ter mais de 100 milhões de doses de vacinas no Brasil e isso imunizaria pelo menos 50 milhões de brasileiros ou mais", disse Randolfe, em entrevista coletiva ao lado do senador Paulo Pimenta e do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
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O parlamentar levou em conta as versões dos depoimentos do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Os dois afirmaram que ofereceram acordo pela compra de suas vacinas ao governo federal e foram recusados.
Segundo Covas, mesmo com a aprovação da Coronavac pela Anvisa só saindo em 17 de janeiro de 2021, o fechamento do acordo entre governo e Butantan em outubro de 2020 garantiria a produção de 100 milhões de doses para o primeiro semestre do ano.
Já o gerente da Pfizer afirmou aos senadores que o Brasil deixou de receber ao menos 4 milhões de doses do imunizante neste primeiro semestre de 2021 em função da demora em fechar o negócio. Se o primeiro contrato tivesse sido aceito, a população teria um total de 18 milhões de doses, ainda de acordo com Carlos Murillo. Pelo primeiro contrato, fechado em abril, o total previa 14 milhões.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, também em depoimento à CPI, rebateu Murillo sobre ter ignorado ofertas da Pfizer e afirmou que o acordo com o Instituto Butantan não foi prejudicado por declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Reconvocação de Pazuello
Na entrevista, o relator Renan Calheiros, ainda afirmou que a reconvocação de Eduardo Pazuello à CPI tem um "efeito pedagógico para que este maluco pare de delinquir e aglomerar pessoas". "Isso tem acontecido (apesar) da morte de milhares de brasileiros e não pode continuar a acontecer".
No último domingo (23), Pazuello apareceu ao lado do presidente Jair Bolsonaro em comício realizado no Rio de Janeiro, ainda que o regimento das Forças Armadas proíba a participação de oficiais da ativa em eventos político-partidários.
Segundo o relator, a aglomeração realizada, após depoimento de Pazuello à CPI, é um "desrespeito" aos trabalhos da Comissão. "O presidente da República continua a fazer as mesmas coisas que fazia, diferentemente do que acontece no mundo", afirmou Calheiros.
"Ontem aprovamos a convocação do ex-ministro Pazuello. Se for necessário mais adiante demonstrar algumas contradições em função da estratégia que utilizou no seu depoimento, vamos fazer isso", completou.
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