Na linha de fogo

Alguns repórteres não carregam armas, nem usam uniformes. Mas não perdem uma guerra por nada. É através deles, os correspondentes de guerra, que o mundo fica um pouco mais bem informado sobre o que está acontecendo nas trincheiras mais longínquas do planeta. A euforia é tanta que, muitas vezes, os correspondentes não tomam as devidas precauções. Certa vez, Lucas Mendes nem desconfiou ao atravessar de carro uma estrada deserta próxima à capital de El Salvador. Quando chegou a um lugar seguro de San Salvador, foi avisado que aquela estrada estava minada. "Escapei por pouco", suspira Lucas, que, entre outras coberturas de guerra, viajou 14 vezes para El Salvador e 7 para a Nicarágua.

Apesar dos riscos, o cargo de correspondente de guerra continua exercendo fascínio sobre as novas gerações. Em 1999, Régis Rösing viajou para o Líbano a fim de fazer uma série de reportagens para o Esporte Espetacular. Quando chegou lá, mudou de idéia ao constatar que Beirute estava em guerra. Régis gostou tanto da aventura que, um ano depois, voltou para entrevistar Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah, milícia libanesa. "Quando terminei a entrevista, fui correndo para o banheiro. Sei que poderia ter morrido, mas não me arrependo. Aquela matéria mudou a minha carreira", acredita Régis, orgulhoso por ter sido o primeiro repórter de uma tevê ocidental a entrevistar o líder xiita.