18.10.2016 | 00h00
Você tem medo do quê? Não tê-lo, a princípio, pode ser um distúrbio. Contudo, o medo, característica que de início é uma defesa do organismo animal e instintivamente resguarda a vida, no homem pode ser a porta para o fracasso pessoal se não for gerido pelo equilíbrio, levando-o a proporções diagnosticadas como transtorno psíquico. Medo é mecanismo de defesa, ele livra o indivíduo, o defende, mas se não for exteriorizado na medida do equilíbrio, pode igualmente aprisioná-lo.
Imagine agora se você estivesse no lugar de um antílope numa savana na mira faminta de um leão. Como você reagiria? É assim que a presa alvo do felino se encontra, pastando num descampado, quando subitamente ouve o rugido de um leão? Talvez, por medo, achar que empreender numa fuga para bem longe e do lado contrário ao rugido poderia ser uma boa saída. Aí está o engano. A fuga por medo talvez não seja componente de autopreservação. O escritor Emmett Murphy descreve o que ocorre com o animal quando ele deixa de enfrentar e foge pelo medo instintivo para o outro lado de onde surgiu o som estridente do leão. Essa é a hora em que ele cai na boca das leoas. É isso mesmo.
Fugir da ameaça estratégica feita pelo leão é ir para a trilha da morte. O medo provoca esse tipo de reação. Pois é dessa maneira que os caçadores esperam que a presa caia na armadilha. O macho do bando faz isso com o apoio das leoas que ficam na rota de fuga do antílope. Elas atacam e todos se beneficiam tendo a frágil presa como alimento. Analogamente, o indivíduo também faz escolhas, para saídas seguras ou para armadilhas ocultas. E o medo pode fazê-lo perder as saídas seguras. Quantas pessoas, pelo medo de empreender numa ideia, correm para as amarras do fracasso? Isso não significa que o indivíduo deva ser inconsequente em nome de uma suposta audácia. Ser corajoso não é sinônimo de não ter medo, apenas representa equilíbrio no enfrentamento.
A savana, por vezes íngreme, representa o mercado competitivo, escasso e cheio de artimanhas em que atuamos. E o que representa o rugido do leão para você? A crise financeira? A falta de oportunidade no mercado de trabalho? Seu relacionamento afetivo ou no trabalho com os colegas? É importante mapear tudo isso, conhecer os pontos fracos e os fortes, saber quais são as oportunidade e ameaças que circundam sua vida. Ousar e avançar corajosamente, mesmo com determinada precaução, é dosar o fator medo. Isso é benéfico e trás equilíbrio.
Há nessa competição um componente fundamental para que você possa enfrentar todos os rugidos e sobreviver na savana da vida. São as competências que você possui ou que possa desenvolvê-las para se sobressair bem nesse contexto. Pois, quem permanecer na zona de conforto por medo de tentar o novo ou o diferente,facilmente será engolido pelas garras da crise permeada por ele mesmo.
No mundo externo existem diversas ameaças, sem dúvida, como no contexto interno de cada um também. Talvez, a melhor habilidade esteja no discernimento para saber quando e como enfrentar cada uma das adversidades, no tempo e com as estratégias adequadas para não ser engolidos por elas. E o medo? Não deseje eliminá-lo, tampouco se aprisione a ele. Conforme a sabedoria budista, a melhor saída é buscar o caminho do meio.
Jair Donato é jornalista em Cuiabá, consultor de desenvolvimento de pessoas, professor universitário, especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. E-mail: jair@domnato.com.br
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