15.12.2025 | 11h40
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A Vivo finalmente ligou a internet do consultório. O começo da saga (primeira ligação para marcar o horário do técnico) foi no dia 4 de novembro. Só sábado, dia 13 de dezembro, ligaram. Nem me pergunte o porquê da demora. Também não entendi. Negócio é que ligaram. Só teve uma coisinha, o técnico me disse que por um erro interno, dos 400 megas contratados só estavam entrando 25.
“Mas a senhora não se preocupe não que isso é facinho de resolver. Na segunda, a senhora liga lá no 10315, rapidão, eles arrumam”.
Jura? Minha gente, não há nada nesse Brasil capaz de juntar na mesma frase “facinho”, “rapidão”, “arruma” e Vivo (substitua livremente por Claro, Enel e afins). Pois pronto. Eu fiz que não escutei, agradeci e bati a porta semi vencedora. Pensei: segunda à tarde, ligo, escuto a gravação, digito 2, depois 2 de novo, o CPF, 2 e 1 (porque sim, já decorei o percurso), pego de volta meus 375 megas, pago a conta todo mês e só volto a digitar 10315 na próxima vez que mudar de consultório.
Comemorei no sábado à noite, repeti um tanto de vezes “viva a Vivo!” e fui dormir.
Pois sonhei que era atendente da Vivo. E o pior, repassei no sonho cada uma das minhas ligações - 4 de novembro a 13 de dezembro, lembra? Eu daqui dizia “Alô” e eu de lá respondia: “Boa tarde, aqui é Roberta da Vivo, em que posso te ajudar?”.
A gente ficava assim, uma interrompendo a outra como se não houvesse amanhã. Na mão da Roberta de lá uma lista de respostas para toda e qualquer pergunta da de cá. Um cronômetro gigante marcava o tempo entre a fala da cliente e a da atendente.
Só que as letras da lista meio que iam diminuindo conforme o tempo passava na mesma medida em que o volume do cronômetro ficava mais alto. Miudinhas, miudinhas. Eu afastava a vista pra tentar enxergar, aproximava e nada.
Ao lado do cronômetro quase que sorria em provocação uma bomba dessas de desenho animado do Looney Tunes. Eu atendente sentia um medo gigante de que ela fosse disparada. Eu atendida batia as unhas na mesa em impaciência. Quando uma tava quase encontrando a resposta, a outra lançava uma pergunta nova. E piorava, toda vez que eu da Vivo conjugava um verbo fora do gerúndio — “vou resolver”, “verifico”, “encaminho” — levava um choque educativo e corrigia, “vou estar
resolvendo”, “vou estar verificando”, “o sistema vai estar encaminhando”. Coisa horrível. Acordei culpada, mas sigo não indicando a Vivo pra ninguém. Em tempo, peço desculpas a todo mundo que me atendeu, mas quero meus megas de volta.
Boa semana, queridos.
Roberta D'Albuquerque é psicanalista, atende em seu consultório em São Paulo e escreve semanalmente no Gazeta Digital e em outros 17 jornais e revistas do Brasil, EUA e Canadá. E-mail: contato@robertadalbuquerque.com.br
Coluna semanal atualizada às segundas-feiras
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