25.11.2025 | 15h44
Divulgação
A insegurança alimentar permanece como um dos mais graves desafios sociais no Brasil. Embora os últimos anos tenham registrado avanços, ainda é inaceitável que milhões de famílias vivam sob a sombra da dúvida sobre onde conseguirão a próxima refeição ou se o alimento disponível será suficiente e adequado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Estado de Mato Grosso há cerca de 885 mil pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.
Quando a alimentação regular deixa de estar garantida, as consequências se estendem além da fome imediata. Crianças enfrentam déficits de crescimento e desenvolvimento cognitivo, adultos têm a capacidade de trabalho afetada, a saúde se fragiliza, cresce o risco de doenças crônicas, e a vulnerabilidade social e econômica se aprofunda. Além disso, a insegurança alimentar tende a se agravar entre famílias com renda reduzida, escolaridade baixa e moradia precária — retrato que se repete em muitos bairros periféricos das grandes cidades brasileiras.
Não basta apenas produzir alimentos ou garantir estoques suficientes. É preciso assegurar que esses alimentos cheguem com qualidade, quantidade, regularidade e dignidade a quem mais precisa. As políticas públicas têm papel imprescindível — programas de transferência de renda, abastecimento, agricultura familiar, estruturas de apoio social — mas, sozinhas, não são suficientes. A participação da sociedade civil organizada, das empresas que assumem co-responsabilidades e das redes locais de solidariedade faz diferença na vida real das pessoas.
Em contextos urbanos vulneráveis, essa mobilização local assume importância ampliada. É nessas lacunas — de infraestrutura, acesso, poder aquisitivo e rede social — que a insegurança alimentar se aprofunda. Por isso, iniciativas que atuem com critério, transparência e continuidade contribuem para reduzir desigualdades e promover dignidade alimentar.
Como exemplo dessa mobilização, foi inaugurado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), o projeto chamado “Mercado Social”, idealizado pela ONG Família Social. O projeto cadastra famílias em situação de extrema vulnerabilidade no bairro São Mateus e possibilita que aquelas que preencham os critérios façam compras de até R$ 100 em alimentos básicos – como arroz e feijão – por meio da parceria entre a ONG e empresários locais. Essa iniciativa não resolve todo o problema da insegurança alimentar, mas representa um complemento relevante à rede de proteção social, mais um passo concreto no sentido de fazer do direito à alimentação uma realidade.
Tenho a convicção de que combater a insegurança alimentar é mais do que oferecer alimento, é assegurar dignidade, equidade e futuro para quem enfrenta as desigualdades todos os dias.
Dante da Mata é empresário e presidente da ONG Família Social, em Várzea Grande (MT)
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