04.07.2025 | 12h29
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A recente aprovação do medicamento Mounjaro (tirzepatida) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da obesidade representa um marco importante na saúde pública brasileira. Trata-se de um avanço científico que merece não apenas reconhecimento, mas também uma reflexão cuidadosa sobre os caminhos que temos percorrido no enfrentamento de uma das condições mais desafiadoras da atualidade.
O Mounjaro, originalmente indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, agora pode ser prescrito para indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 kg/m², ou acima de 27 kg/m² para aqueles com comorbidades associadas e mostrou-se extremamente eficaz na indução à perda de peso, com resultados que se aproximam daqueles obtidos por meio de cirurgias bariátricas. Uma média de 22,8 kg a menos é algo expressivo e não pode ser ignorado. É uma conquista que, se bem utilizada, pode significar a diferença entre uma vida de limitações e uma vida com mais saúde, autonomia e dignidade.
A tirzepatida é um medicamento injetável que atua como um agonista dos receptores GLP-1 e GIP. Essas substâncias desempenham papéis cruciais na regulação dos níveis de açúcar no sangue, estimulando a liberação de insulina e reduzindo a produção de glucagon. Além de controlar a glicemia, tem se mostrado eficaz na promoção da perda de peso, ajudando a reduzir o apetite e retardando a passagem dos alimentos do estômago para o intestino delgado.
No entanto, é preciso cautela, o entusiasmo não pode nos fazer esquecer que medicamentos não são soluções mágicas. A tirzepatida, por mais promissora que seja, deve ser vista como parte de um conjunto de estratégias que envolvem acompanhamento médico, mudanças de estilo de vida, apoio psicológico e educação em saúde. A medicalização isolada, sem uma abordagem integrada, corre o risco de repetir erros do passado.
A aprovação da tirzepatida pela Anvisa é, sim, uma boa notícia. Nesse contexto, a chegada de medicamentos inovadores como a tirzepatida reforça a importância de tratarmos a obesidade com a seriedade e a complexidade que ela exige.Hoje compreendemos a obesidade como uma doença crônica, multifatorial, influenciada por aspectos genéticos, metabólicos, emocionais e sociais.
Arnaldo Sérgio Patrício é Especialista em Medicina Interna e Radiologia e atende como médico responsável pela Unidade de Nutrição do Hospital São Judas em Cuiabá Instagram @arnaldosergio
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