18.10.2017 | 11h45
O cabo da Polícia Militar e réu no caso que apura o esquema de interceptações telefônicas criminosas Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior confessou aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringuetta que destruiu o HD em que estavam armazenadas as gravações das conversas que ele monitorou ilegalmente.
A declaração foi dada na segunda-feira (16), no Complexo Miranda Reis, quando a apuração ainda estava sob a condução da Justiça estadual. Agora, os seis inquéritos foram remetidos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Alan Cosme/Hipernotícias![]() Cabo Gerson Corrêa |
Ao Gazeta Digital, o advogado Thiago Abreu, que faz a defesa do cabo Gerson, confirmou a confissão de seu cliente. Segundo ele, o HD teria sido o único aparelho utilizado no escritório de escutas que ficou com Gerson. Os demais teriam ficado com o empresário Marilson da Silva, que forneceu os equipamentos de escutas ao grupo.
Consta que pelo fato de, em 2015, o sistema de espionagem ter sido finalizado, após ser descoberto pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, então secretário estadual de Segurança Pública, os aparelhos, que não serviriam mais, foram entregues para o empresário Marilson, que devolveu ao cabo apenas o HD. Nessa entrega, imediatamente , o policial teria destruído o HD, segundo ele, sem ter recebido orientação de nenhum superior para isso.
“Na verdade, foi entregue pro Marilson e o Marilson devolveu pra ele. Aí, imediatamente ele destruiu, não ficou muito tempo com ele depois. Ele já pegou e destruiu porque ele não poderia mais utilizar. Parou as atividades, não tem mais porque utilizar, só serviria para aquela finalidade”, disse o advogado ao Gazeta Digital.
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Os outros equipamentos que ficaram com Marilson teriam sido entregues por este à Justiça. Outra parte acabou sendo vendida por ele pelo fato de que poderiam servir para outras finalidades além de interceptação telefônica, como CPU de computador, por exemplo.
Apesar de todas as declarações dadas aos delegados, a defesa de Gerson Corrêa nega uma delação premiada. “O que a gente está fazendo é facultar às autoridades policiais e Judiciário acesso às provas que eles entendem necessárias”. Ele cita como exemplo o fato de ter fornecido acesso à casa do policial para busca e apreensão e também à conta bancária do PM.
“Não foi um ato de colaboração. É que a Esdra tinha que ser concluída, o prazo de 10 dias acabava segunda e tinha que ser feito o interrogatório do Gerson porque ele foi preso pela Esdra, então, já estava agendado, seria um ato normal”, afirmou.
Questionado sobre o motivo para o cabo ter falado sobre esses fatos somente agora, o advogado explicou que muitas informações já contavam em outros depoimentos e que seu cliente apenas confirmou muito do que ele já havia falado anteriormente.
“Agora lhe foi perguntado isso, então agora ele explica. O momento adequado foi o interrogatório. Esses fatos já estavam relatados em outros depoimentos, ele apenas confirmou. O que é novidade é que o Marilson apresentou parte dos equipamentos”, explicou.
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