Deputado Savi e ex-secretário Paulo Taques são presos pelo Gaeco por propina no Detran

João Vieira/Otmar de Oliveira Paulo Taques e Mauro Savi são presos pelo Gaeco

O Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagraram nesta quarta-feira (9) a 2ª fase da Operação Bereré, denominada "Bônus" cumprindo mandados judiciais contra suspeitos de envolvimento no esquema de propina do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran). Dentre os presos estão o deputado estadual Mauro Savi (DEM) e o advogado e ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques.

Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso 6 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo e Brasília. As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.

Dos seis mandados de prisão, quatro já foram cumpridos. Além de Paulo Taques, está preso o deputado estadual Mauro Savi, que também foi afastado do Parlamento Estadual.

Também foram detidos os empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”. Todos estão sendo encaminhados ao Gaeco e, à tarde, passarão por audiência de custódia.

A operação Bônus é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.

A Bônus tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Savi

De acordo com as investigações, Savi seria o responsável pelas indicações políticas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) durante o governo Silval Barbosa.

O deputado é considerado um dos principais beneficiados no esquema de propina na autarquia.

O ex-deputado José Riva disse em seu depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que chegou a ser convidado por Savi para participar do esquema em 2010.

O ex-deputado Riva também disse em seu depoimento que Savi teria lhe confidenciado que “as propinas do Detran não ficavam só para ele, eis que tinha que dividi-la com Pedro Henry, Eduardo Botelho e até para Paulo Taques”.

Paulo Taques

Paulo Taques foi citado pelos empresários Roque Anildo Reinheimer e Marcelo da Costa e Silva.

Eles disseram à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, que o escritório de advocacia que tem como um dos sócios o ex-secretário Paulo Taques seria o responsável por tratar de assuntos relacionados à empresa em Cuiabá.

Após a deflagração da Operação Bereré, Paulo Taques assumiu a defeda do deputado Mauro Savi, gerando estranhamento em quem acompanha o caso.