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12.05.2017 | 16h52

Taques nega envolvimento em grampos e anuncia ação contra Zaque

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Marcus Vaillant

Pedro Taques alega desconhecer esquema de escutas ilegais e aciona seu ex-secretário

Um dia depois de vir a tona a existência de um esquema de grampos ilegais contra políticos e autoridades de Mato Grosso com aval do governador Pedro Taques (PSDB), o tucano convocou coletiva de imprensa e tratou de negar as acusações contra ele. Taques classificou como “lamentáveis fatos” revelados sobre a existência em tese, porque segundo ele, não se tem confirmação disso, de centrais de interceptações telefônicas ao arrepio da lei dentro do Poder Executivo de Mato Grosso. De antemão, afirmou não ter conhecimento e nem ter solicitado qualquer interceptação telefônica contra adversários políticos. 

Ele confirmou que houve uma representação pelo promotor de Justiça e ex-secretário estadual de Segurança Mauro Zaque, ao procurador geral da república, Rodrigo Janot, onde afirmou que Pedro Taques tinha conhecimento sobre o esquema de escutas ilegais, pois apesar de terem sido autorizadas judicialmente, o magistrado que deferiu o pedido não sabia que entre os alvos tinham políticos, jornalista e empresários. Na versão do governador, Janot não encontrou nenhuma prova de que ele tivesse conhecimento do fato e mandou de volta o caso para o Ministério Público Estadual (MPE). 

"Na representação o ex-secretário de Justiça de Mato Grosso, Mauro Zaque deu conta ao procurador-geral da República que eu, governador do Estado, sabia da existência dessa interceptação telefônica clandestina. O procurador geral da República entendeu que não existia indícios de participação de pessoa dotada de foro por prerrogativa, ou seja, do governador do Estado, e devolveu isso para o Ministério Público Estadual", disse Pedro Taques na coletiva nesta tarde de sexta-feira no Palácio Paiaguás.

O tucano diz que ainda não teve acesso aos documentos, mas tem conhecimento que Zaque foi ouvido pelo Ministério Público do Estado na semana passada e voltou a reafirmar que as escutas foram solicitadas a pedido do governador. Já antecipa que aciou Zaque judicialmente por causa das acusações. “Estou representando o doutor Mauro Zaque na Procuradoria Geral de Justiça, aliás, já avisei o procurador-geral de Justiça sobre isso. Estou representando o doutor Mauro Zaque no Conselho Nacional do Ministério Público porque o Conselho tem que tomar conhecimento disso. Também estou mandando cópia de tudo isso aqui ao procurador-geral da República", informou Pedro Taques.

"Ao que consta, porque nós não tivemos acesso ainda aos documentos, promotor Mauro Zaque teria sido ouvido pelo Ministério Público Estadual na sexta-feira passada e teria reafirmado que a minha participação nesse fato lamentável, se é que existiu, se for comprovado, se fundamentaria em dois pontos: primeiro que ele ficou sabendo através do comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu e que eu saberia desse fato", detalha o chefe do Executivo Estadual.

Por fim, Pedro Taques nega qualquer participação e disse que seu ex-secretário Mauro Zaque terá que provar as acusações. "A respeito disso que foi dito pelo promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança, Mauro Zaque, quero dizer aos senhores que eu nunca pedi pra quem quer que seja que isso fosse feito. Se o fato é verdadeiro, nunca pedi e se foi dito que eu sabia disso, a pessoa que disse vai ter que provar", enfatiza.

Entenda o caso - Zaque relatou que encaminhou um ofício ao governador informando a existência da central de escutas telefônicas clandestina com a participação de membros do Executivo, conforme constava numa denúncia anônima que ele tinha recebido. Por sua vez o governador alega que pediu ao então secretário que registrasse tudo no papel. “Doutor Mauro Zaque no dia 8 de outubro de 2015 colocou no papel isso. Eu não me encontrava aqui naquele dia, eu me encontrava no Uruguai cuidando da aquisição de máquinas do Instituto Mato-grossense da Carne”, justifica ao dizer que só retornou para Mato Grosso no dia 14 daquele mês.

Taques relata que enquanto governador não tinha atribuições para investigar qualquer pessoa e por existir no ofício, em tese, fatos ilícitos atribuídos a policiais militares também não poderia mandar para a Polícia Militar investigar. “Por isso decidiu mandar para o Gaeco investigar. Depois de um certo tempo Taques relata que perguntou a Mauro Zaque o desfecho do caso e obteve a resposta de que foi arquivado pelo Gaeco.

Marcus Vaillant

Durante coletiva governador alegou que Mauro Zaque fraudou protocolo de denúncia no Paiaguás

Taques confirmou que seu secretário de Comunicação, Kleber Lima, foi procurado por uma equipe do Fantástico e informado que o caso será divulgado na edição deste domingo (14). Relata que foi informado pela reportagem de que além do documento do dia 8 de outubro, o promotor Mauro Zaque tinha feito um segundo protocolo no Palácio do Governo no dia 14 de outubro de 2015 juntando vários documentos e anexos com dezenas de páginas.

Zaque afirmou que depois de ter protocolado as denúncias o governador tomou ciência de fatos graves e não tomou nenhuma providência. “Eu nunca tive acesso a esse ofício”, atestou o tucano alegando que o documento entrou na Casa Civil, mas não teve nenhuma circulação.

Denuncia que pelo número do protocolo apresentado por Mauro Zaque na Procuradoria Geral da República (PGR), corresponde um processo da Sinfra que não tem qualquer relação com o assunto. “Isso aqui pra mim é uma fraude, é o mesmo número de protocolos e 2 documentos. Ele [Mauro Zaque] nunca protocolou isso aqui, nunca. Nunca tive a ciência desse segundo ofício e dos documentos que acompanharam esse ofício. O que eu tomei conhecimento, mandei para o Gaeco que cabe ao Gaeco fazer o controle externo da atividade policial”, justifica Pedro Taques.

Pedro Taques concorda que são fatos e crimes graves denunciados por seu ex-secretário, mas diz não ter tomado conhecimento. “Não me foi remetido isso aqui. Isso tem que ser investigado. Eu exonerei a pedido ontem, o doutor Paulo [Taques] da Secretaria da Casa Civil, para que ele faça a defesa do único patrimônio que eu tenho que é o meu nome”, enfatiza ao dize que já protocolou no Ministério Público Estadual e Federal uma cópia do que Mauro Zaque falou.

Para Pedro Taques o número de protocolo apresentado por Zaque na PGR foi fraudado. "Nunca vi esse ofício e é uma fraude o protocolo deste ofício aqui dentro do Palácio. Eu nunca pedi isso ao comandante da PM, se por ventura isso foi feito. Nunca”, argumenta o governador que disse ainda já ter determinado ao secretário Roger Jarbas que faça a investigação dentro da Polícia Militar.

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