SEM PÂNICO 15.03.2022 | 18h17

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Chico de Oliveira
Um vídeo gravado nesta terça-feira (15) assustou cuiabanos e várzea-grandenses, especialmente quem transita com frequência na ponte Sérgio Motta, que liga as duas cidades. As imagens mostram uma suposta “fenda” nos cabos, que sustentam a ponte.
“Vamos fazer esse vídeo circular aqui, na ponte Sergio Motta, está dilatando a estrutura aqui, dos cabos que sustentam a ponte. Olha só, vamos fazer circular, para as autoridades verem a questão de manutenção, tá dilatando um do outro, está ficando muito separado. É perigoso, tem que ficar dando manutenção”, alerta o narrador do vídeo.
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Entretanto, o engenheiro civil e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT), André Luis Schuring , atenta a população que não há motivo para pânico.
Explicação da engenharia
Schuring explica que a Sérgio Motta é uma ponte estaiada, sustentada pelas chamadas cordoalhas, que são específicas e dimensionadas para o suporte da carga e feitura da ponte.
“São cordoalhas engraxadas e protegidas que fazem toda a transmissão dos esforços entre o tabuleiro, a parte baixa e os pilares, que são as antenas, o nome técnico, mas são os pilares”, detalha.
As cordoalhas são cordões de aço formados por um conjunto de arames torcidos de forma helicoidal (acomodados em uma ou mais camadas), em volta de um único arame.
É uma tecnologia extremamente avançada, comparada aos antigos cabos de aço. “O nome técnico cordoalha é pra não confundir com cabo de aço, igual no passado. Porque ela tem um aço melhor, tecnologia melhor e permite que se faça utilizações mais arrojadas, a nível de engenharia”, continua Schuring.
Portanto, a cordoalha é protegida por um revestimento de proteção, sem função estrutural, de polipropileno, para que elas não sofram nenhum dano externo. “Por isso se coloca um revestimento de proteção sem função estrutural, somente para impedir o acesso de desavisados ao elemento estrutural da cordoalha”.
Ou seja, a parte filmada pelo pedestre é justamente do “encontro” do material de proteção, e não indica que a ponte vai cair ou algo do tipo.
“Elas não colocam em risco a estrutura da ponte, a ponte se mantém íntegra, e o que precisa ser feito é só a manutenção dessa camada de polipropileno de proteção”, tranquiliza o engenheiro.
Manutenção
Porém, Schuring alerta que a estrutura precisa passar por manutenção constante.
“A ligação é feita por parafuso e é um material de polipropileno, não é de aço. E esse polipropileno rotineiramente precisa ser inspecionado, para garantir proteção. E precisa de acordo com a longevidade dele, ser substituído quando necessário”, pontua.
Conforme recorda, técnicos fizeram vistoria na ponte ainda no governo Pedro Taques.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra). Conforme a pasta, não há problema estrutural na ponte. A Secretaria disse ainda que a ponte passa por manutenção periódica e que, recentemente, abriu um processo para contratação de uma nova empresa para realizar esses serviços foi aberto pela pasta neste mês.
Veja a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) esclarece que a ponte Sergio Motta não tem nenhum dano estrutural e não apresenta problemas de segurança. A ponte passa por manutenção periódica e no momento a Sinfra-MT está em processo para contratar uma nova empresa para realizar esses serviços.
Veja o vídeo
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