ATRASO SALARIAL 17.09.2025 | 14h13
mariana.lenz@gazetadigital.com.br
Sesp-MT
Com o início oficial da greve dos servidores do teleatendimento dos canais de emergência da Polícia Militar (190), Corpo de Bombeiros (193) e Disque Denúncia da Polícia Civil (197), o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) começou os atendimentos nesta quarta-feira (17) em capacidade reduzida. Dos 66 servidores, somente 20 foram escalados para trabalhar, sendo 5 trabalhadores por turno, que compreende manhã, tarde, noite e madrugada.
A informação foi confirmada ao pelo Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos do Estado de Mato Grosso (Sinttel-MT), que cita a deflagração da greve conforme determinação da lei, com continuidade das atividades por 30% dos trabalhadores. A promessa de que os salários seriam pagos até a noite de ontem, terça-feira (16), pela empresa ZDAT Teleatendimento, que presta o serviço para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso (Sesp-MT), não se concretizou.
A reportagem apurou que a entidade representativa dos servidores não descarta a possibilidade de uma mobilização nas ruas, por meio de carreata e outros meios para dar visibilidade à causa, em uma tentativa de sensibilizar a empresa para que cumpra com o pagamento dos trabalhadores e dos benefícios.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) informou na data de hoje que “os atendimentos do Ciosp seguem dentro da normalidade, sendo prestados por policiais e bombeiros militares. A paralisação de dois funcionários terceirizados, nesta quarta-feira (17), não prejudicou os serviços. A Sesp reforça que os pagamentos à empresa estão em dia e a mesma já foi notificada para regularizar a situação de seus funcionários”, diz na íntegra. Ainda ontem a Sesp garantiu que havia feito o repasse do valor à empresa.
Ao um dos funcionários que não quis se identificar cita que, com a escala de greve, em caso de muitos chamados e ligações simultâneas, os solicitantes podem ficar em fila de espera devido à baixa capacidade de atendimento, complicação esta que se estende a casos de urgência e emergência.
“São vários períodos, manhã, tarde, noite e madrugada. Atendemos o tempo todo sem parar, tirando os intervalos. Os dias de sexta, sábado e domingo são os dias que mais trabalhamos. Tem dias que atendemos 130 ligações por atendente, é muita ocorrência, uma atrás da outra. De madrugada são de 8 a 10 atendentes, com a greve só vão trabalhar 4 pessoas, se o solicitante ligar e eles já estiverem atendendo, vai ficar na fila de espera até um atendente ser liberado”, explica.
Atendimentos em todo o estado podem ser impactados, já que os servidores são responsáveis por atender as denúncias feitas pelos cidadãos por meio dos canais oficiais e redigir o relato no sistema. No caso do Polícia Militar, é feito o registro e a triagem, a ocorrência é encaminhada para análise e despacho interno pelos policiais em Cuiabá, Várzea Grande e baixada. No atendimento do Corpo de Bombeiros, a abrangência é ainda maior, pois são atendidas chamadas de todo o estado. Já em relação à Polícia Civil, o procedimento também envolve todo Mato Grosso.
Somente após esse trabalho inicial é que os policiais militares, civis ou bombeiros têm acesso ao registro para dar seguimento à ocorrência.
Problemas antigos
O Sinttel afirma que por diversas vezes tentou junto à empresa e o tomador de serviços sanar os problemas, contudo alega que a empresa não responde aos emails enviados na tentativa da resolução das pendências, até mesmo diante de notificação extrajudicial e reunião realizada no dia 24 de julho deste ano com a participação dos representantes da ZDAT, da representante da tomadora de serviços SESP/CIOSP e funcionários.
“A empresa se comprometeu em sanar todas as pendências no mês de agosto de 2025, e que a partir dessa data realizaria todos os pagamentos nos prazos previstos na CCT 2025/2026. Contudo, não cumpriu o que foi acordado na reunião. Situação que acarretou na decisão dos trabalhadores pelo indicativo de greve, com possibilidade de paralisação das atividades laborais a partir de 16/09/2025”, diz trecho da ata de assembleia do dia 10 de setembro, quando foi definida a data de início da greve.
Embora o indicativo de greve fosse para a terça (16), os trabalhadores ainda aguardam até o fim do dia, diante da promessa de pagamento, que não foi efetivado, acarretando a redução das atividades nesta quarta (17). Funcionários citam que o atraso no pagamento dos salários, cartões alimentação, encargos e verbas, como adicional noturno, FGTS, INSS, são recorrentes e as queixas foram formalizadas através de denúncia no Fale Cidadão contra a fiscalização e a empresa.
No dia 24 de julho deste ano, em reunião feita com representante da empresa, a fiscal titular do contrato e o sindicato, o porta-voz da ZDAT citou que a empresa tem “48 anos no mercado, sendo que esse contrato é inédito com a administração pública, por sempre trabalhar com banco, financeira, empresa privada, onde o fluxo de trabalho, é de atendimento”.
Na oportunidade ele ainda citou que buscou a diretoria e “garantiram que seria último mês que fracionaria o vale-alimentação”, e referente ao salário, disse “que toda vez que cair o quinto dia no fim de semana, o salário será antecipado”. Ele ainda respondeu que a empresa se comprometeria a iniciar o mês de agosto sem pendências e pagar tudo no início do mês de acordo com a convenção trabalhista e o contrato.
Procurado pelo , o porta-voz não retornou os contatos desde a semana passada. Os trabalhadores seguem sem previsão dos pagamentos.
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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