combate a tuberculose 24.03.2024 | 16h26

redacao@gazetadigital.com.br
Visoot Uthairam
O 24 de março é marcado anualmente como o Dia Mundial de Combate a Tuberculose, data escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em alusão ao anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença, em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
O Brasil está entre os países do mundo com maior quantidade de casos e de mortes pela doença, um índice que preocupa especialistas. Em Mato Grosso, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o registro de casos da doença no estado cresceu 18% em 2022, em comparação com 2021, quando foram registrados 1.347 casos da doença. Em 2022 foram, ao todo, 1.588 notificações. Em 2023 Mato Grosso registrou 1.421 casos de tuberculose.
Apesar de ser uma doença infecto-contagiosa, causada por uma bactéria, o bacilo Mycobacterium tuberculosis, e que pode ser letal, a tuberculose tem tratamento e formas de evitar a contaminação. A identificação dos sintomas pela população deve acender um alerta para exames e diagnóstico precoce da doença, assim potencializando a cura.
Segundo a médica pneumologista Beatriz Vilacian Almeida, a principal forma de tuberculose é a pulmonar, cujos principais sintomas são tosse por mais de 3 semanas, febre, sudorese noturna, perda de peso, falta de ar. Contudo, a patologia pode atingir diversos órgãos, e os efeitos serão diferentes a depender do local atingido.
“A tuberculose é transmitida por via respiratória pela eliminação de aerossóis pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com a doença. As partículas eliminadas têm propriedade de se manter em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de atingir nossos alvéolos após inalação e causar a infecção”, descreve.
O diagnóstico definitivo da doença é dado pelo isolamento do bacilo em secreção, fluido corporal ou tecido, obtidos por meio de escarro, lavado broncoalveolar, retirada de líquido pleural ou biópsia.
De acordo com a especialista, o bacilo causador da enfermidade é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes. Por isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.
A tuberculose tem tratamento e cura, e a transmissão da doença é consideravelmente reduzida após 15 dias do início do acompanhamento, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país e feito de modo prioritário por via oral, por comprimidos ingeridos diariamente por um período de 6 a 9 meses, podendo ser estendido para 12 meses em algumas situações específicas.
Apesar disso, ainda hoje existem muitos mitos e estigmas associados à tuberculose. Há também grupos de maior risco de adoecimento, os quais estão associados as condições socioeconômicas desfavoráveis como o ambiente em que esses indivíduos se encontram.
“Os principais riscos de adoecimento na população vulnerável são infecção por HIV, pessoas vivendo em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e indígenas. Além disso, existe ainda grande preconceito sofrido tanto pelos pacientes quanto por suas famílias, muitas vezes também afastadas do convívio social por desinformação e medo”, relata.
Outros grupos que precisam investigar são indivíduos imunossuprimidos, usuários de corticosteróides por tempo prolongado, portadores de silicose, entre outros. Quem recebe o diagnóstico de tuberculose latente não é bacilífero, ou seja, não tem a doença desenvolvida, e o tratamento não é o mesmo utilizado pelos portadores de tuberculose ativa.
A tuberculose possui elevado potencial de causar graves complicações e sequelas quando tratada tardiamente ou quando não é tratada, incluindo risco de levar ao óbito. Ela pode levar a dilatação brônquica permanente, destruição pulmonar e até o sangramento pulmonar. Nos pacientes com HIV, ainda hoje a tuberculose é a principal causa de óbito.
“A identificação precoce com início do tratamento é a melhor forma de evitar essas complicações. A busca pela erradicação da tuberculose é uma das principais metas de saúde pública no Brasil, portanto, o acesso tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento é facilmente encontrado nas unidades básicas de saúde”, afirma.
Ao apresentar sintomas sugestivos de tuberculose, a recomendação é que se procure médicos pneumologistas e infectologistas, que também atuam na investigação e no tratamento da tuberculose.
“A melhor forma de conscientização sobre a doença é durante o acesso das pessoas aos serviços de saúde, pois é o momento ideal para que tanto os pacientes quanto os familiares recebam as corretas orientações e a doença seja desmistificada. Somos um país de alta prevalência de tuberculose e estamos sujeitos ao contágio. Para vencermos a doença como sociedade é preciso a busca precoce por serviços de saúde em caso de sintomas ou contato com a tuberculose. Se você ou alguém próximo apresentarem tosse por mais de 3 semanas, febre, sudorese noturna ou perda de peso inexplicada, procure atendimento”, recomenda.
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