Crematório busca dar fim digno a animais de estimação e colaborar com meio ambiente

Um final digno para aquele amigo de quatro patas que sempre te acompanhou. Foi com esse conceito, aliado à preservação do meio ambiente, que Gerson de Arruda abriu o Ultra Pet, crematório dedicado a incinerar animais de estimação e devolver as cinzas para os donos.

Há 4 anos Gerson decidiu abrir o crematório para pets, que atende cães e gatos. O serviço não é muito conhecido entre os tutores que, culturalmente, costumam enterrar os animais de estimação – sem contar os que fazem descarte inapropriado. No entanto, essa prática é danosa ao meio ambiente.

“Existe uma lei que não pode, porque o corpo, humano ou animal, produz o que a gente chama de chorume, que são os líquidos da decomposição da matéria do corpo. Aquilo ali é um contaminante de grandes proporções. Então em período de chuva, por exemplo, a pessoa foi e enterrou. A chuva vem e aquilo aflora pra cima e contamina”, explica Gerson.

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Mesmo que enterrar seja um ato de marcar a passagem da vida do animal, a cremação também permite que o pet seja celebrado pelo dono, já que as cinzas são devolvidas em uma caixinha de madeira.

O tutor pode escolher guardá-la numa urna estilizada ou espalhar as cinzas, por exemplo. O próprio dono do crematório escolheu o método para sua cachorrinha basset Pituxa, que viveu por 9 anos.

Funcionamento e colaboração com o ambiente
Após conseguir autorização prévia da Prefeitura de Cuiabá, Gerson investiu em um forno especial, que funciona por eletricidade. Outros crematórios utilizam fornos a gás, o que provoca grande poluição.

“Nosso forno é um forno diferente de um crematório normal, ele é um forno tipo ultra, com tratamento térmico, só que ele é elétrico, para tratamento de resíduos sólidos. Muda muita coisa, porque o nosso forno é energia limpa”, conta. “O forno tradicional de cremação ele é à gás, a óleo, tem vários tipos, mas o que é mais usado é o à gás. Só a combustão dele já polui pra caramba”.

Durante a entrevista, Gerson estava inclusive indo buscar um pet falecido. Ele detalha que, após recolherem o animal, o corpo fica num freezer, pois para aproveitar o forno, de 3 a 4 animais são incinerados.

O local de cremação dos animais está localizado nas proximidades da Estrada do Lixão, em uma área afastada, porém, a sede fica no CPA III.

Apesar de ser ter 4 anos de inauguração, Gerson pontua que a procura cresceu nos últimos anos. “É só rico que faz a cremação? Não, tem todas as classes sociais. É bom ver que as pessoas estão se preocupando com o meio ambiente. Aqui em Cuiabá, em Mato Grosso vamos dizer, o costume de enterrar é cultura. O que a gente busca mudar é essa cultura”.

O valor é determinado pelo peso do animal, contudo, Gerson estima que pode ser de R$ 400 a R$ 800, sem contar a cremação coletiva.