Deu em A Gazeta 05.04.2022 | 07h19

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João Vieira
Delator que subsidiou operação Simulacrum, que resultou na prisão de 64 policiais militares acusados de forjarem confrontos para executar 24 pessoas, teme ser morto e busca junto ao Ministério Público Estadual (MPE) ser incluído em programa de proteção a testemunhas. O vigilante Ruiter Cândido da Silva quer obter o mesmo tratamento dado ao ex-policial civil Hairton Borges Júnior, o Borjão, delator da operação Renegados, deflagrada em maio de 2021, quando dos 22 alvos de prisões, 9 eram policiais e ex-policiais civis. Ruiter disse que após a decisão do Tribunal de Justiça de soltar os acusados dois dias após a deflagração da operação e cumprimento das ordens de prisões, ele já não tem endereço fixo e precisou deixar Cuiabá pois acredita que pode ser o próximo alvo dos denunciados. Lembra que a oferta de ser incluído no programa de proteção a testemunhas já havia sido realizada anteriormente e que agora deverá ser concretizada.
O vigilante assegura que está preparado para reafirmar todas as denúncias que já fez na investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e ao MPE, mas precisa que seja garantida segurança para ele e a família.
Ainda nesta terça-feira (5) representante do Ministério Público e da força-tarefa que promoveu a investigação se reúnem para analisar as últimas decisões da Justiça e interpor recursos. Quanto à inclusão do delator no programa de proteção, o promotor Vinícius Gahyva assegura que esta medida já havia sido proposta a Ruiter e caberá a ele a decisão de ingresso.
A força-tarefa que realizou a investigação teve como ponto de partida 6 inquéritos policiais que relataram supostos confrontos envolvendo policiais militares dos batalhões de elite da Grande Cuiabá onde perícias em locais de crime indicavam ter se tratado de execução sumária, desmentindo a versão dos militares de mortes decorrentes de confronto. Os fatos ocorreram entre 2017 e 2021.
Em dois dos eventos 4 sobreviveram e a partir dos depoimentos destas testemunhas surgiu a figura do vigilante/segurança que coptava o grupo de pessoas, com antecedentes criminais, para a prática de supostos crimes patrimoniais em alvos onde haveria muito dinheiro, joias e armas para serem roubadas. Esta era a função de Ruiter, que com a orientação dos policiais militares atraia as vítimas para locais ermos, onde eram rendidas e executadas. Inicialmente o vigilante atuava como informante dos militares, quando delatava criminosos que eram presos e em troca recebia parte dos produtos recuperados.
Entretanto, em dado momento, a finalidade dessa parceria começou a mudar, pois em vez de prender criminosos, os policiais militares passaram a objetivar a matança de supostos bandidos, como forma de promover o nome e o batalhão dos PMs envolvidos.
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