'ISSO NÃO PODE VIRAR MODA' 23.11.2025 | 09h31

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As visitas na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, foram suspensas neste domingo (23) após a morte de dois policiais penais em um intervalo de 72 horas, em Mato Grosso. A decisão foi tomada pelo Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Mato Grosso (Sindsppen), que iniciou um ato de protesto na porta da unidade para cobrar respostas e reforço na segurança dos agentes.
"Nós estamos fazendo esse ato de protesto por causa do luto que estamos carregando e também das providências que a gente vai exigir por parte da secretaria para que a gente não possa deixar isso virar moda", disse o presidente do sindicato, Amaury Paixão.
O primeiro homicídio ocorreu na noite de quinta-feira (20), quando o policial penal Fábio Antônio Gimenez Mongelo, lotado na penitenciária de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), foi encontrado morto com um tiro na cabeça. Já na noite de sábado (22), José Arlindo da Cunha, de 55 anos, servidor da PCE e com mais de 10 anos de atuação na unidade, foi executado no bairro Jardim Itororó, em Várzea Grande, com 3 tiros no rosto. A arma do agente foi furtada.
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Diante da sequência de crimes, o Sindsppen classificou a situação como “brutal, revoltante e alarmante”. O representante pontuou que a categoria não teve condições emocionais nem técnicas de manter as atividades normais neste domingo.
“Estamos em luto pela perda de um guerreiro, uma pessoa de boa índole, que não mexia com a vida de ninguém”, disse Paixão. “Foram até a casa dele e mataram ele de forma cruel. Ele levou dois tiros no rosto e outro no joelho. É revoltante ver um policial penal ser executado dessa forma", completou.
Segundo o presidente, a suspensão das visitas é uma resposta imediata e também uma forma de protesto para cobrar providências do governo estadual. “Não há condições de realizar revista de visitantes hoje. O pessoal está em luto, está com dor, está revoltado. Precisamos de segurança. Se existe zelo pela vida do preso, que também se zele pela vida do servidor”, afirmou.
Paixão destacou que há indícios de que os envolvidos no ataque ao policial penal em Várzea Grande têm ligação com facção criminosa. “Foram encontradas drogas e cadernetas com informações ligadas a facções na casa de um dos envolvidos. Tudo leva a crer que há vínculo com o crime organizado”, explicou.
Apesar disso, o dirigente considera prematuro afirmar se a execução teve ordem direta de alguma organização criminosa a partir de dentro do sistema prisional. Ele reforçou que as investigações da Polícia Civil devem esclarecer a motivação.
O Sindsppen informou que a categoria se reunirá ao longo da semana para definir novos atos de mobilização. O movimento deve continuar e, segundo Paixão, pode ser ampliado caso não haja respostas imediatas das autoridades.
A suspensão das visitas vale apenas para este domingo (23), mas novas decisões poderão ser tomadas ao longo da semana conforme o avanço das investigações e o posicionamento das autoridades estaduais.
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