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13 de fevereiro 13.02.2024 | 15h10

Dia mundial do rádio; uma viagem no tempo através das ondas sonoras

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Mariana da Silva - Especial para o GD

redacao@gazetadigital.com.br

Luiz Leite

Luiz Leite

Seja pelo desejo de ficar bem informado, ouvir as músicas do momento, aquelas que marcaram época e quem sabe até ter uma companhia para quebrar o silêncio, o rádio ainda hoje se faz presente na vida de milhões de cidadãos ouvintes fiéis das ondas sonoras.

 

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Cerca de 56,5% dos domicílios do país (ou 42,6 milhões) possuíam rádio em 2022, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023.


No conforto de casa ou durante os deslocamentos no carro, dos meios tradicionais como os aparelhos portáteis ou nos veículos para a internet em sites e plataformas de áudio, com tantas possibilidades o rádio se adaptou a elas, embora dispute cada vez mais a audiência com outros meios de comunicação.


E neste meio onde se ouve mas não se vê, o rádio ainda hoje encanta, aproxima, informa, entretém e democratiza o acesso à informação. Uma paixão nostálgica não só de quem ouve, mas também de quem o faz.

 

Luiz Leite

Maraísa Marcondes

 

Foi através desse sentimento pelo rádio e pela comunicação que a locutora Maraísa Marcondes começou sua carreira. Vinda do interior de Acorizal, sempre quis trabalhar com comunicação. De família com pais e irmãos professores, ela fugiu à regra, sempre soube que queria ser comunicadora.


“Eu brinco com os meus ouvintes que minha mãe falou assim ‘estude, minha filha, estude’ e eu entendi ‘estúdio’ e olha onde eu vim parar”, conta.

 

Quase que predestinada ao meio, Maraísa diz que veio antes da popularização do nome através da sua xará cantora sertaneja, ela era a única Maraísa da cidade na época.


Quando abriram a rádio comunitária no município, já tinha curiosidade e interesse em aprender e entender como funcionava o mundo do rádio. Contudo, com apenas 13 anos, começou limpando e ajudando a organizar o estúdio. Tinha o local para si como uma oficina de aprendizado, onde teve a oportunidade de vivenciar o ambiente e se apaixonar por esse veículo, até o dia em que chegou ao microfone.


“Uma prima minha apresentava um programa de rádio e um dia ela não pode ir. Eu falei para o coordenador da rádio na época, ‘eu consigo fazer’ e ele respondeu, ‘você consegue? como?’ e eu disse ‘eu sei sei fazer o que ela faz’. Então ele me deu a oportunidade e falou ‘vai lá e fala alguma coisa’. Nesse falar alguma coisa, estamos aí há tantos anos na praça”, relembra.


Formada em jornalismo em Várzea Grande, trabalhou na área por 10 anos, apresentou por 6 anos um jornal conhecido da capital, e também trabalhou em impressos, assessorias e retornou ao rádio voltado ao lado artístico.

 

Relação com ouvintes

Hoje na Rádio Vila Real FM (98.3), Maraísa toca das 10h às 15h, os programas “Qual É O Modão?”, “Clássicos da Vila” e “Ser.. Tão Matogrossense”. O ouvinte manda mensagem, solicita a música e é atendido na ordem de chegada dos pedidos. Em outros momentos as músicas vão dos clássicos do sertanejo mais antigo até os mais atuais.


“Isso faz as pessoas viajarem através do tempo devido ao poder da música, de se teletransportar para períodos, lugares e lembrar de situações. A memória afetiva da música faz isso”, ressalta.


Além da sonoridade e das letras das canções, a locutora também explica a sensação de poder conversar dia após dia com os ouvintes. A interação e os papos entre uma música e outra firmam os laços com a audiência.


Frases como “ouço você todos os dias”, “você é parte da minha família", “é um prazer receber você na minha casa”, “você não tem noção de quanto meu dia melhora quando você fala bom dia”, viraram rotina em sua vida.


“É essa magia de saber que estou aqui dentro desse quadradinho, sem janela, ninguém me vendo e peço aos ouvintes me contar o que está acontecendo lá fora e no trânsito. Poder adentrar nos lares das pessoas, nos carros, nos ambientes onde estão e fazer parte da vida delas e elas da minha, de forma tão íntima. Me sinto íntima dos ouvintes e eles comigo. Quando tem oportunidade de conhecer na rua ou quando retiram aqui os brindes, é muito boa essa troca”, descreve.


A companhia e relação de reciprocidade com os ouvintes cria ligações e vínculos. Mesmo quando não está nos melhores dias, com problemas e outras situações adversas, sente que tudo muda quando passa pela porta do estúdio e abre o microfone.


“As pessoas captam o tom da sua voz, mandam mensagem perguntando se está tudo bem, essa troca, esse carinho é o que gosto no rádio. Quando as pessoas vão lá tirar prêmios e brindes e aí me conhecem e ficam surpresos, aquela coisa de ‘dar cara a voz’ que se ouve todos os dias”, afirma.

 

Quem decide o que toca

Por trás dos hits mais tocados e conhecidos, está também o trabalho de um profissional que é o programador, aquele que faz a seleção de músicas para tocar com base nos sucessos do momento, na segmentação de idade e perfil de público.


Na Vila Real FM esse alguém é Ricardo Márcio Martinelli, mais conhecido como Ricardinho. Com 40 anos em atividade trabalhou em praticamente todas as rádios de Cuiabá como editor e programador musical, foi DJ em casas noturnas como Lótus, Yes Bananas, Zagaia Cuiabá, já foi contratado pela FIFA para tocar na copa do mundo, e até hoje ainda toca na noite como DJ em eventos.

Luiz Leite

Ricardo Martinelli

 

Começou na rádio Cultura quando ainda era AM, como disc jockey, e de lá pra cá acompanhou toda evolução desde os discos, fitas cassete, cd’s, até o armazenamento em hd’s e ssd nos computadores.


Já trabalhou em lojas de discos, algo impensável para as gerações atuais que veem no objeto um item vintage de decoração, e lembra como se fosse ontem dos velhos tempos em que vendia vinil para outros DJ’s e lojas de disco, pois trazia as músicas de fora para a capital.


“Antigamente não tinha aquela facilidade que tem hoje com a internet, de querer ouvir uma música e digitar ali no computador e escolher a música que você queria. Naquela época você tinha que ir pra São Paulo, de 15 em 15 dias, para pegar os discos e trazer pra cá para poder tocar nas rádios e casas noturnas. Era assim que a música chegava até o público”, relembra.


Eclético, diz que gosta de tudo um pouco. Já chegou a ter mais de 5 mil discos em casa e tem mania de arquivar tudo: possui 8 hd’s de 1 terabyte em casa com músicas.


Lembra até hoje de quando ouviu pela primeira vez “É o amor” de Zezé Di Camargo e Luciano junto com o dono da loja e com o representante de Goiânia, que vinha com os vinis mostrando nas lojas e rádios para divulgar. Pegaram 5 discos para vender, tocando na loja para quem ouvisse passar e comprar. Venderam 20, depois 50, fecharam com o representante comercial e venderam mais de 2 mil discos.


Hoje, olhando para trás, se sente realizado. “Eu sou muito feliz de ter vivido na época que eu vivi, de ter pego os bons tempos da música popular brasileira, do rock nacional. [...] Recebo muito feedback positivo. Tem vezes que o ouvinte liga para pedir a música e tem coisa que a gente nem tem e vai procurar só para atender aquele ouvinte. Então tem umas coisas que eu passei, que eu vivi na minha vida que acaba marcando”, comemora.

 

 
 
 
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Comentários

Ildo Pereira - 13/02/2024

O rádio no passado teve um papel social enorme, nos anos 70, quem morava nas zonas rurais do Brasil era a única fonte de informação, adorava ouvir jogos do Flamengo na época,

1 comentários

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