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COPA, VLT E BRT 18.10.2025 | 11h50

Em 14 anos, obra na Prainha gera caos no trânsito e prejuízo ao comércio

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Aline Costa - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Ana Clara Abalém / GD

Ana Clara Abalém / GD

Após 14 anos de tratativas, obras e mudanças de projetos envolvendo um novo modal de transporte em Cuiabá, a região da Prainha, no Centro da cidade, volta a ser palco de alterações no trânsito, desta vez para a construção dos corredores do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT). Os comerciantes mais antigos da região, que já sentiram impacto causado por obras em suas vendas anteriormente, hoje vivem a insegurança e diminuição clientes entrando pelas portas.

 

De acordo com um levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) em fevereiro, as obras do BRT já haviam afetado negativamente as vendas de 90% dos lojistas da avenida do CPA. Conforme o secretário de infraestrutura Marcelo Padeiro, o trecho tem a previsão de entrega para 30 dias, porém, os trabalhos avançam para a Prainha, que já viveu o transtorno de ser "cortada" para a instalação de trilhos do que seria o projeto para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), abandonado incompleto.

 

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De acordo com a pesquisa divulgada, 87% dos lojistas registraram queda no volume de vendas e no faturamento. Em média, a redução de vendas foi de 36%. Além disso, 83% dos entrevistados relataram que o fluxo de clientes também caiu.

 

Com a chegada das obras na Prainha, o problema se repete. O gerente de uma loja de móveis contou que desde que as obras do BRT começaram, além de a quantidade de vendas ter diminuído, notou o fechamento de comércios na avenida central.

 

Em visita ao local, a reportagem do verificou estabelecimentos fechados em horário comercial, placas de aluguel em diferentes espaços e até um posto de gasolina que não funciona mais, porém ainda exibe placa com anúncio de vaga de emprego. 

Aline Costa/ GD

Avenida da Prainha, obras do BRT, Comércio Fechado

Pontos de comércio fechados ou com placas de aluguel na Avenida da Prainha

 

“Desde quando começou essa obra, muitas empresas quebraram aqui. Se você andar nessa avenida da Prainha, você vai ver que tem um monte de comércio para alugar. Isso aí faz com que as pessoas não venham mais para cá”, disse o comerciante que preferiu não se identificar.

 

A loja de móveis visitada pela reportagem tem mais 5 colaboradores, além do gerente.

 

Ele explicou que dados e porcentagens de diminuição ainda não foram computados, que realiza um levantamento ao fim do ano, porém, a chegada dos clientes é cada vez menor e o prejuízo já é considerado.

 

“Passamos pelo começo da obra do VLT, passamos pela covid e agora novamente com essa obra aí. Essa obra está espantando os clientes, mas é uma necessidade que precisa fazer também”, ponderou. 

 

Seila Noeli é dona de uma loja de embalagens na região e está no local desde 2001. Ela, que já viu sua loja se encher de clientes no período de outubro para o Dia das Crianças, sentiu falta da movimentação este ano. Diferente do gerente da loja de móveis, entretanto, Seila Noeli acredita que as obras atuais ainda não afetaram seu comércio como as realizadas há 13 anos, na época da Copa.

 

As vendas já vinham diminuindo nos últimos dois anos e ela atribui isso também ao esvaziamento do centro da Capital.

 

“O trânsito continua o mesmo, porque não tá fechado aqui perto da minha loja, mas diminuiu bastante mesmo o movimento. Vem decaindo bastante porque o centro já está morrendo [...] Mas, na época da Copa foi pior, porque fechou tudo e as pessoas não passavam por aqui, procuravam os desvios”, relatou ela.

 

Mesmo vendo diminuição nas vendas e um trânsito congestionado, os comerciantes tentam ser compreensivos quanto a necessidade das obras para a mobilidade urbana, entretanto, a morosidade com que são causa temor. O receio não atinge sós os empreendimentos menores, mas também os mais tradicionais, que ocupam espaço no centro há gerações.  

 

“Tem que fazer a obra, se não fizer a obra a cidade para. A gente tem que sempre estar evoluindo, mas eu acredito que aqui não está ainda igual à avenida do CPA, lá é mais transtorno. Aqui, as pessoas não vêm mais no centro e o pessoal compra tudo pela internet”, argumentou Seila.

 

“Aqui é um gerador de emprego. A gente trabalha aqui e temos 6 colaboradores. Se vai cair as vendas, vai começar a demissão, vai começar a diminuir e daí para frente só piora”, finalizou o gerente da loja de móveis.

 

O projeto do BRT já foi paralisado este ano e trocou de empreiteira diante da demora na execução no trabalho previsto. Contudo, ainda não há data para entrega do eixo central, que passa pelas avenidas do CPA e Prainha.

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