TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO 15.09.2022 | 16h20
redacao@gazetadigital.com.br
Reprodução / MPMT
Com registro de nascimento feito aos 72 anos, idoso celebrou a conquista. À Justiça, o homem revelou que "não era nem cidadão", por conta da falta do documento.
O processo que garantiu o registro foi julgado na última semana na Comarca de Campinápolis (658 km a Leste de Cuiabá).
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O registro foi feito após pedido e parecer do promotor de Justiça substituto Roberto Farinazzo, o Poder Judiciário determinou com urgência o registro tardio de nascimento do idoso.
O idoso conta que durante sua vida sempre exerceu atividades ligadas ao campo, em situações análogas à escravidão, e por esse motivo não teve respeitado o seu direito à documentação básica, como é garantido pela Constituição Federal brasileira de 1988.
O idoso, que vivia em situação de vulnerabilidade social, está sendo assistido pela Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), que enviou um ofício solicitando agilidade no andamento do processo.
Durante a audiência, o senhor de 72 anos foi questionado sobre como fazia para ir ao posto de saúde ou ao médico, e respondeu que nunca havia ido ou utilizado nenhum serviço do tipo. Outra curiosidade do caso foi a escolha do nome. Anteriormente, o senhor era chamado de Raimundo, mas preferiu utilizar Márcio por ser conhecido dessa maneira por outras pessoas.
No texto da sentença, a magistrada de Campinápolis afirma que “aqueles que não possuem registro, vivem em condição de invisibilidade social, situação experimentada pelo requerente, que não possui o instrumento que possibilita o exercício do direito ao nome e toda a proteção jurídica a tal direito da personalidade: o registro”.
“Além da obrigação legal, o registro de nascimento é fundamental, eis que sua inexistência impossibilita o exercício dos atos civis, causando ao indivíduo a impossibilidade de ser matriculado em estabelecimento de ensino, obter Carteira de Trabalho e Previdência Social e de ter acesso aos mais diversos serviços públicos e/ou privados”, complementou a magistrada.
Para garantir a celeridade nos direitos devidos a Márcio, a juíza oficiou o Cartório de Registro Civil para que efetuasse o registro em até cinco dias após a sentença e também para que remetesse a via da respectiva certidão à Secretaria da Vara Única da Comarca de Campinápolis, para ser retirada pelo idoso.
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