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Cuiabá, Terça-feira 11/11/2025

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OPERAÇÃO FANTASMA 11.11.2025 | 14h50

Contador ostentava vida de luxo e divulgava em perfil a abertura de 4 mil CNPJs; juíza mantém prisão

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Mariana Lenz e Yuri Ramires

redacao@gazetadigital.com.br

Reprodução

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A juíza Edna Ederli Coutinho decretou a prisão preventiva de Eduardo Cristian Martins Correa do Nascimento, contador apontado pela Polícia Civil como mentor de um esquema criminoso envolvendo fraude eletrônica milionária. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (11), em um condomínio de alto padrão na região do Despraiado, em Cuiabá. No local, também foi cumprida busca e apreensão de equipamentos eletrônicos. Ele é um dos alvos da Operação Domínio Fantasma.

 

Nas redes sociais, Eduardo Cristian ostentava vida de luxo e se identificava como contador de empresários digitais, tendo aberto mais de 4 mil CNPJs no país. Em seu perfil no Instagram, o investigado publicava recordações de viagens a diversos países, como Colômbia, Grécia, Argentina, Dubai nos Emirados Árabes, Paris na França, além de destinos badalados dentro do Brasil.

 

Leia também - Apontado como mentor de esquema milionário, contador é identificado

 

Aos 7 mil seguidores, compartilhava rotina com dicas de declaração de imposto de renda, como resolver pendências com a Receita Federal, além de conciliar faturamentos e diminuir o pagamento de tributos para quem tivesse negócio digital. Ele responderá pelos supostos crimes de associação criminosa, fraudes eletrônicas, lavagem de dinheiro e crime contra a relação de consumo.

 

Além de Eduardo Cristian, outros alvos de busca são a esposa dele, Renata de Moraes, 25, e o irmão dele, que não teve o nome divulgado. Na internet, Renata, também contadora, se dizia "apaixonada por viagens e experiências gastronômicas". Recentemente ela e o esposo foram pais e compartilhavam a rotina com o bebê.

 

Além da prisão do contador, foram cumpridas 7 buscas e apreensão, duas cautelares diversas da prisão e o sequestro de R$ 5 milhões. Há ainda o sequestro de dois imóveis e 5 carros de luxo. A Justiça autorizou quebra de dados telemáticos, suspensão de dois perfis nas redes sociais, 3 suspensões de sites e 3 suspensões de atividades econômicas.

 

Polícia Civil aponta que Eduardo usava o conhecimento técnico para fabricar centenas de CNPJs. Com isso, ele aplicava golpes de e-commerce em todo o Brasil. As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), levantaram indícios robustos de que o grupo investigado se associou de forma estável para cometer os crimes, utilizando as empresas de fachada para lavar milhões de reais obtidos com as fraudes eletrônicas.

 

Criação de empresas

O trabalho investigativo começou após a equipe da DRCI receber um alerta da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), sobre a criação massiva de empresas por um único contador, as quais estavam cadastradas, em sua maioria, em um único endereço em Cuiabá.

 

Durante a apuração dos fatos, foram identificadas 310 empresas abertas pelo investigado entre os anos de 2020 e 2024, das quais 182 já estavam baixadas ou suspensas, chamando atenção para o fato que quase todas estavam registradas no mesmo endereço. No local, foi verificado que funcionava uma sala comercial sem qualquer identificação, embora servisse de sede para empresas ativas no papel.

 

Funcionamento do esquema

O principal alvo se apresentava no Instagram como contador digital especializado em dropshipping (modelo de comércio eletrônico no qual o vendedor não mantém estoque próprio. Em vez disso, ele atua como intermediário entre o fornecedor e o consumidor final) e iGaming (segmento de jogos de azar pela internet).

 

Para praticar os golpes, ele criava CNPJs em nome de "laranjas", geralmente jovens de baixa renda, residentes fora de Mato Grosso, para servirem de fachada. Os CNPJs eram usados para registrar sites de e-commerce falsos, de diferentes segmentos, como brinquedos, roupas e roupas masculinas, entre outros.

 

Os sites eram impulsionados com anúncios patrocinados nas plataformas digitais. Em um dos casos, os criminosos clonaram o site da loja de uma marca famosa no ramo de cosméticos para enganar clientes. 

 

Vítimas de diversos lugares do país, identificadas no inquérito, compravam os produtos, pagavam via Pix ou cartão, mas nunca recebiam as mercadorias. Os sites acumulavam diversas reclamações no "Reclame Aqui".

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