saudades do baguncinha 19.08.2023 | 11h04
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Arquivo Pessoal/Gazeta Digital
Há 9 anos em Orlando, na Flórida, família cuiabana diz que não pretende voltar à Capital, mas admite saudades não só da família, mas também do baguncinha e pacu. Casal, Eduardo Baldaci e Kely Baldaci contou ao que decidiu arriscar e pagar o preço para dar uma oportunidade melhor de vivência aos filhos.
No dia 31 de julho completou 9 anos que a família arrumou as malas e foi com a “cara e coragem” para a terra do Tio San, sem ter nenhum parente ou conhecido no país. Atualmente, os filhos Gabryella Baldaci, 24, e Cyro Baldaci, 22, estudam em universidade americana e, segundo o pai, aprenderam em 6 meses a falar inglês e espanhol logo que chegaram à nova casa.
“Eu trabalho como ministro religioso, plantador de igrejas pela convenção batista da Flórida. Minha filha está fazendo engenharia fotônica. Meu filho faz administração de empresas e economia. Todos nós estamos com documentos legais de trabalho. Vivendo aqui a gente sente segurança, dignidade, aqui é terra de oportunidades, você faz por onde, eles abrem as portas, principalmente se você seguir as leis do país. Fora que somos realizados, sendo que minha filha pode tentar um emprego na Nasa, eu sou astrônomo armador, vivo na esquina da Nasa vendo foguete subir”, brincou.
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Segundo Eduardo, a realidade no país é outra em relação aos estudos e financeiramente. Ele admite que o trabalho na Flórida é “muito duro”, mas a diferença entre o Estado americano e o Brasil é que existe o “poder de compra”. Pastor explicou que muitas vezes as pessoas imaginam que viver em estado americano é estar jogando dólares ao alto, no entanto, não é "bem assim".
Baldaci comentou que mesmo com tantos anos na Flórida, as dificuldades nas mudanças em diversos aspectos permanecem, uma vez que o brasileiro tem o “sotaque” e a forma de viver diferente do estadunidense. Decisão por Orlando partiu de sonhos antigos da família em morar no estado, além das diversas oportunidades que apresentava para os filhos.
“A mudança de vida, é mudança de cultura, de leis, de regras de trânsito, é mudança de clima, mudança do poder do salário, são diversas mudanças. Ao nível de igreja, por exemplo, os cultos não são como no Brasil. Nas escolas as crianças precisam aprender espanhol e inglês e o brasileiro que aprende a língua aqui é muito valorizado. As nossas crianças aprenderam muito rápido as duas línguas, em 6 meses. A ponto do nosso filho ser convidado a aprender a língua mexicana, para ensinar aos mexicanos o inglês. É um ganho muito grande para nós, principalmente na vida dos nossos filhos, experiência marcante”, disse.
Por fim, Eduardo comentou que depois de 9 anos vivendo fora, veio ao Brasil no último mês com a esposa. No entanto, ele ficou no Rio de Janeiro, visitando os familiares e a esposa veio à Capital mato-grossense. Os filhos não puderam vir e ficou em Orlando.
Emocionado, ele contou que durante esses anos foi difícil ficar longe, principalmente na época da pandemia, pois perderam familiares que amavam. Mesmo em "mundos" diferentes, o pastor admitiu que a família não pretende voltar ao Brasil, mais precisadamente a Cuiabá.
"Pretendemos visitar Cuiabá. Depois de 9 anos, minha esposa foi até aí [Cuiabá], passou 18 dias, foi rever os pais e os irmãos. Eu fiquei no Rio revendo os meus familiares. Voltar a gente não pretende, mas o futuro pertence a Deus, enquanto a gente não é um cidadão americano, há essa possibilidade. Sentimos muita falta da Chapada, pacu, pintado, do baguncinha, da comida cuiabana. Tenho inúmeros amigos aí, fui ao Brasil, mas não pude chegar a Mato Grosso e a saudade só aumenta", finalizou.
Em um vídeo, Eduardo contou ao a experiência da família vivendo em Orlando. Assista:
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