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entre os mais antigos do mundo 13.07.2025 | 07h00

Maior cratera da America Latina abriga menor cidade de MT e seus mil moradores

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Aline Costa - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

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A maior cratera meteorítica da América Latina, formada pelo choque de um meteorito com a Terra, fica em Mato Grosso e abriga cidades em seu perímetro. O Domo de Araguainha é um “buraco” de 40 km de diâmetro, que abrange inteiramente o município de Araguainha, parte de Ponte Branca (460 km e 491 km ao Sul de Cuiabá, respectivamente) e áreas de cidades goianas na divisa com Mato Grosso.

 

Com menos de mil quilômetros quadrados e um total de 1010 habitantes, segundo censo de 2022, Araguainha é o menor município de Mato Grosso. Povoado a partir da década de 1940 por garimpeiros, só foi oficialmente criado em 1963, com a emancipação de Ponte Branca. Somente em 1970 o domo foi descoberto e passou a ser estudado. Apesar de povoado, ele abriga mistérios milenares que ajudam a explicar a evolução do planeta.  

 

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Pesquisadores estimam que a cratera tenha se foi formado entre 250 e 259 milhões de anos atrás, após um corpo celeste de aproximadamente 3km de diâmetro atingir o solo. Mesmo com a longa idade, ainda representa um terreno fértil de pesquisas para a geologia brasileira, conforme explicou Joana Paula Sánchez, doutora em Geologia Regional, com experiência em Mapeamento Geológico Estrutural e Mapeamento de Estruturas de Impacto por meteoritos.

 

“O Domo de Araguainha é uma das crateras mais completas do mundo, que apresenta todas as feições de uma cratera de impacto e está muito bem preservado. A gente consegue ver todos os locais e as características que comprovam que são uma cratera de impacto dentro dela”, afirmou a pesquisadora.

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Domo de Araguainha, Joana Sanchez pesquisadora e geóloga

Joana Paula Sánchez, doutora em Geologia Regional à frente de um trecho do Domo de Araguainha

 

Sánchez explica que há diferentes tipos de cratera no mundo. Algumas simples, em formato de bacia, e as complexas, com a parte central soerguida. A de Araguainha é uma cratera complexa e uma das maiores do mundo. São 40km de diâmetro e um núcleo soerguido entre 6 km e 12 km.

 

“O Domo de Araguainha foi formado igual uma gota quando cai na água e levanta a parte central deixando um círculo, uma roda em volta. O impacto de um meteorito quando bate na terra vem com muita velocidade, bate, levanta o núcleo e uma borda externa”, explicou a estudiosa, que é referência na área.

 

Mato Grosso divide o domo com Goiás. Em 2022, ele foi considerado um dos 100 primeiros geossítios mundiais pela União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS na sigla em inglês).

 

Mesmo com a importância geológica, os estudos acerca do domo ainda são poucos e limitados por fatores como a dificuldade de acesso, o tamanho da estrutura e a falta de pesquisadores especializados na área. Isso faz com que os estudos realizadas no local tragam descobertas constantes que agregam para o avanço da ciência geológica.

 

Rodinei Crescêncio

Domo de Araguainha

 

“Quase todas as vezes que a gente chega para algum estudo, encontramos alguma coisa nova. Pode ser uma rocha, uma feição causada pelo impacto ou algo assim. Isso é algo importante para o estado, pois é a primeira cratera no país como sítio do patrimônio geológico mundial”, destacou a doutora.

  

No Brasil, existem 9 crateras formadas por meteoritos, cientificamente comprovadas. Uma cratera de impacto é formada por um bólido, ou seja, um material que veio do espaço e que atinge a superfície com grande impacto, como um meteorito. No caso de Araguainha, o choque foi tão grande que, como uma forma de reação, formou a estrutura de impacto.

 

As crateras se diferenciam de formações de relevo, como montanhas, pois elas são feitas como resposta da colisão de um corpo com a superfície terrestre e não por influência da movimentação de placas tectônicas, por exemplo.

 

“O maior avanço de estruturas de impacto é a formação da vida e de como a terra foi formada. É importante conhecer o patrimônio histórico de onde vivemos para gente conhecer e ficar com essa história marcada na Terra”, finalizou a pesquisadora.

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