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foco é ampliar participação 17.12.2025 | 12h00

Mato-grossense é a única mulher na diretoria nacional da construção civil

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A comunicadora Mariana Rocha, 48, se tornou vice-presidente da Federação Nacional das Pequenas Construtoras (FENAPC), sendo a única representante feminina. Ela também é a única mulher que compõe e diretoria da Associação das Construtoras e Incorporadoras de Mato Grosso (ACIMT) e tem como uma de suas metas de gestão auxiliar no aumento da participação feminina na construção civil.

 

Mariana Rocha é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ingressou no setor da construção civil em 2014. Ao longo de sua atuação, passou a ocupar espaços de liderança em um dos segmentos historicamente mais masculinos do país.

 

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“Eu não procurei ser a única mulher. Isso é uma consequência do meu trabalho, da minha dedicação e do caminho que eu escolhi seguir”, afirma.

 

A entrada de Mariana na construção civil aconteceu de forma gradual. Ao se associar à ACIMT, passou a participar ativamente do associativismo e, com o tempo, assumiu a vice-presidência da entidade. O envolvimento constante com o setor ampliou sua atuação para além do Estado, culminando no convite para integrar o conselho da FENAPC, em Brasília, onde permaneceu por quatro anos.

 

“Coloquei meu nome à disposição e fui eleita por unanimidade. Isso tem um significado muito grande, especialmente em um ambiente predominantemente masculino”, destaca.

 

Construção como Dignidade

Para Mariana, a construção civil não se resume a obras e números. O setor é uma ferramenta de transformação social, especialmente quando voltado à habitação de interesse social, que hoje concentra grande parte da atuação da federação em programas como o Minha Casa, Minha Vida.

 

A mesma perspectiva de transformação se aplica ao Programa Ser Família Habitação, do Governo de Mato Grosso, hoje considerado referência nacional. Ela destaca a contribuição da ACIMT na ampliação dessa iniciativa, coordenada por Vanessa Queirós, outra liderança feminina que reforça a importância das mulheres na formulação e execução de políticas públicas habitacionais.

 

“O que a gente constrói não é apenas um produto. É um lar. E dar um lar é dar dignidade para as pessoas. Isso é muito forte para mim”, afirma.

 

Ela ressalta que o trabalho desenvolvido pela FENAPC trata-se de uma atuação sem fins lucrativos, sustentada pelo compromisso coletivo com o acesso à moradia.

 

Conciliar a atuação profissional, o associativismo e a vida pessoal é um dos grandes desafios enfrentados por Mariana. Casada há 20 anos, mãe de uma adolescente de 17 anos e à frente de três empresas, ela fala com franqueza sobre as múltiplas jornadas assumidas pelas mulheres. “Para as mulheres, tudo isso tem um peso maior”, explica.

 

Mesmo assim, ela reconhece o apoio recebido dentro da federação e destaca a importância de ambientes institucionais abertos ao diálogo, especialmente o respaldo da presidência da entidade, sob a condução de João Victor Ribeiro.

 

“Fui eleita por homens e sou muito grata por isso. Tenho colegas que respeitam, escutam e entendem que olhares diferentes fortalecem o setor”, afirma.

 

Entre as prioridades da nova gestão está a ampliação da participação feminina na construção civil. A proposta é criar cursos profissionalizantes voltados para mulheres, unindo a demanda por mão de obra à necessidade de ampliar oportunidades.

“Muitas mulheres olham para a construção e acham que é impossível. Não é fácil, mas é possível. Quando uma mulher chega, ela abre espaço para outras”, reforça.

 

Mariana também fala abertamente sobre o medo de não corresponder às expectativas, especialmente por não ter formação técnica em engenharia ou arquitetura, o que exige estudo constante e dedicação às políticas públicas de habitação.

“O medo existe, mas não pode paralisar. Eu aceitei o desafio e me preparo todos os dias para estar à altura dessa responsabilidade”, destaca.

 

Contrária à lógica de competição entre mulheres, ela defende a ampliação de espaços e oportunidades dentro do setor.

“Eu não acredito em escassez. Acredito em crescimento coletivo, em trazer mais mulheres e permitir que todas ocupem seus espaços”, pontua.

 

Ao falar sobre suas conquistas, Mariana faz questão de reconhecer o apoio do marido, Jair Almeida, e da filha, Isadora Rocha. Ela também destaca a importância de companheiras de luta, como Maysa Melo, responsável pelo marketing da FENAPC, e Lídia Sampaio, gerente de parcerias e eventos da CBIC.

 

Atualmente, as mulheres representam cerca de 30% da força de trabalho da construção civil no Brasil, somando aproximadamente 280 mil profissionais. Para Mariana Rocha, esses números ainda podem, e devem, crescer.

 

“Casa é um direito de todos. Para quem tem milhões e para quem não tem. E é por isso que eu trabalho todos os dias”, conclui.

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