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ORGULHO LGBTQIA+ 06.06.2021 | 09h00

Mulheres celebram o amor e relatam os desafios de viver suas liberdades

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Luiz Leite/Gazeta Digital

Selo LGBTQI+

 

Viver de maneira livre, sendo quem é, pode soar como algo natural. E deveria ser. Mas, ainda há quem viva sob o julgamento dos olhos alheios, que nada têm a ver com vivência ou história. Essa é a face vivenciada, por exemplo, pela comunidade LGBTQIA+, que celebra no mês de julho o seu orgulho.

 

Para viver a plenitude do amor, mulheres lésbicas sofrem com questões de silenciamento da sexualidade, perda de amizades e chegam até a temer pela vida em algumas situações. O motivo? Puro e somente por amarem uma pessoa do mesmo gênero. Conheça abaixo a história de duas delas e um vídeo da entrevista no final da matéria.


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A jornalista Bruna Barbosa, 27, e a publicitária Maria Eduarda Dal Belo, 31, estão juntas há 3 anos e celebram o amor e a felicidade desses anos de convívio. A história de ambas, em se assumirem lésbicas, é muito distinta e cruzaram na vontade mútua de compartilhar afeto, cuidar e ser cuidada, viver para si e para sua felicidade, independente do que dizem.


Bruna conta que a sexualidade nunca foi discutida em sua casa. Na adolescência havia as paixões juvenis, mas nada sério. Aos 18, conheceu uma garota pela internet e namoravam por um tempo. As amigas da jornalista também sempre estavam em sua casa e os pais viam toda a situação com normalidade. Para ela, não houve um momento de “se assumir”. Ela tudo natural e não tinha o que “revelar”. Ela era ela, da forma como vivia e sem questionamentos.


“Para mim foi tudo muito natural. Meus pais nunca falaram nada. Não senti preconceito, nem necessidade de me assumir. Deve ter havido situações hostis, mas nada que eu tenha me preocupado. Não lembro nenhum momento agora. Sou quem eu sou, uma mulher lésbica”, lembra a jornalista.


Para a companheira, Maria Eduarda, assumir quem é e desapegar dos julgamentos foi um processo doloroso e que exigiu anos de preparo. Dizer que é uma mulher lésbica só ocorreu há 3 anos, assim que começou a namorar Bruna. Antes disso, já tinha sido casada com dois homens e se declarava bissexual.

Reprodução

Bruna e Duda

 


Ela conta que traumas vividos a colocaram em uma situação de achar que precisava de homem em sua vida, que lhe desse proteção, afeto e prazer, o que nunca aconteceu. A necessidade de agradar também era muito marcante. Agradar para ser aceito foi uma prática adotada por muitos anos, que lhe rendeu dor, sofrimento e depressão.


“O pai da Bruna ama ela, cuida dela. Eu nunca tive isso e procurada nos homens com que me relacionei, mas não tive de nenhum deles. Minha vida toda, até conhecer Bruna eu me declarava uma mulher bissexual. Eu me relacionava com mulheres de uma forma bem efêmera, já com os homens era algo que precisava firmar a afirmar alguma coisa”, conta a publicitária.


Maria Eduarda morou por muitos anos em São Paulo e conta que depois que se assumiu perdeu amigas e outras pessoas se afastaram. A vida só ganhou novo sentido e liberdade depois que se mudou para Cuiabá e passou a se relacionar com a jornalista.


Pouco antes disso, a mãe, a quem tem grande admiração, também se assumiu lésbica e hoje é casada com uma mulher. A união foi oficializada pouco antes do início da pandemia.


“Quando contei pra minha mãe que tinha beijado uma mulher, ela encarou com muita naturalidade. Já a família do meu pai, com quem eu tinha algum convívio, foi totalmente preconceituosa. Acabei me afastando por conta da maneira como me tratavam”, relata.


As piadas são constantes, inclusive no ambiente de trabalho. Homens de “oferecem” para ficar com mulheres lésbicas. É um fetiche e imposição machista, como se elas estivessem disponíveis para agradá-los. Isso ocorre com muitas mulheres lésbicas, como conta o casal.


“Eu gosto de mulheres, desde pequena me senti atraída por elas. Me divirto muito mais com mulheres. É uma relação diferente. Tem mais afeto, cuidado, é uma troca”, relata.


Ambas tiveram experiências diferentes com a sexualidade e garantem que não há maneira ou conselho para que outras mulheres se assumirem lésbicas e viverem sua essência, a vida que quiserem. Cada um é um, com histórias e apreensões diferentes.


Contudo, ambas concordam em um ponto crucial: o Brasil atual vive um péssimo momento para qualquer pessoa assumir a homossexualidade. As pessoas estão mais intolerantes e o presidente ainda incentiva a hostilização de quem não é hétero.

Reprodução

Bruna e Duda

 


“Quando o presidente foi eleito eu chorei. Temi pela vida. Tive medo de ser morta”, conta Maria Eduarda. Para ela, houve um grande regresso nas pautas LGBTQIA+. Movimento que luta pelo direitos e inclusão de pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de gênero.

 

Mês do Orgulho


Junho é mês do Orgulho LGBTQIA+ e a data se deve à manifestações que ocorreram em 8 de junho de 1969, nos Estados Unidos. Rebelião de Stonewall foi uma série de manifestações violentas e espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York.


No decorrer do mês, são realizadas diversas ações que lembram a origem do movimento e chamam a atenção paras causas da diversidade.

 

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Comentários

Paulo - 06/06/2021

Alberir, se analisarmos como vaidade, vejamos: Deus não criou o veículo, o avião, não criou a medicina moderna, as vacinas, tv, celular , cachaça, etc etc etc , sendo assim cuidado se for andar de carro ou usar um aviso , pois em tese não são criações de Deus. Sou hétero , respeito as mais diversas opções , pois tais opções advém de seres criados por Deus, nossos irmãos, meu respeito a todos os seres humanos sem distinção alguma. Existe vida além da sua , pense nisso .

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