Um dia antes de show, PCDs pré-cadastrados ainda não receberam confirmação de ingressos

Faltando um dia para o primeiro show da banda Guns N’Roses em Cuiabá, pessoas com deficiência (PCDs) ainda não receberam confirmação da solicitação de gratuidade de ingressos no evento, prevista por lei municipal. A organização relatou ao que o pré-cadastro deve ser realizado no site e que um e-mail de confirmação será enviado para os solicitantes, entretanto, fãs já se preocupam com a falta de retorno de informações. 

Para conseguir a gratuidade no evento como PCD, é necessária a realização de um pré-cadastro, que será analisado e aprovado. Alguns fãs, ao realizarem o procedimento, receberam a mensagem de que os ingressos chegariam por e-mail, porém, de acordo com um comunicado publicado na terça-feira (28), a retirada de entradas só será possível na bilheteria do evento, já no dia do show.

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Outras pessoas que realizaram o cadastro, relatam que a organização deu o prazo de 10 dias úteis para resposta, porém não receberam retornos se a solicitação foi bem sucedida ou se falhou. A lei municipal nº 6.605/2020 de Cuiabá garante o "Passe Livre Cultural" para pessoas com deficiência.

Reprodução

 E-mail respondido a fã, que questionou sobre a confirmação ou recusa do pré-cadastro para os ingressos. 

Uma das fãs, que tem deficiência visual e preferiu não se identificar, relatou ao que um grupo foi organizado entre aqueles que já realizaram o pré-cadastro e não obtiveram respostas. O grupo tem o intuito de compartilhamento de informações e possível organização de mobilização caso os direitos não sejam cumpridos.

Ela relatou que os fãs sentem a insegurança e o medo de não conseguirem resgatar sua entrada. No grupo de conversas foram compartilhadas conversas entre os fãs solicitando mais informações à organização e a única recomendação foi a de “chegar cedo para retirada dos ingressos”. Um horário não foi informado.

“Eu e um rapaz decidimos criar um grupo. A gente tem um grupo agora, onde estamos conversando com as pessoas. Eu falei ‘gente guardem os prints e vamos ver o que vai acontecer’. Hoje de manhã começou uma movimentação de todo mundo escrevendo nas redes sociais e a resposta é sempre a mesma dada pela organização ou pelo site de venda de ingressos”, relatou ela.

Ao , a Ditado Produções afirmou que aqueles que foram credenciados receberão um e-mail comunicando para comparecer na bilheteria com os documentos e retirar os ingressos. Além disso, a produtora afirmou que a quantidade de ingressos destinados à PCDs pode sim ser esgotada, porém, caso isso ocorra, um comunicado será publicado nas redes sociais da Ditado Produções. 

Um prazo limite para o envio dos e-mails de confirmação dos ingressos não foi informado.

Em uma publicação sobre o tema na página da produtora, diversas pessoas se utilizaram do espaço dos comentários para relatarem suas indignações e falta de resposta por parte da instituição. A mesma publicação alega que somente o preenchimento do cadastro não garante o acesso ao evento.

“Também não tive nenhuma resposta. Já fiz o cadastro mais de uma vez e nada!!! Quando chegar na hora do show, como será a confusão??”, comentou uma fã.

A mesma mulher que organiza o grupo com aqueles que ainda não receberam respostas, relatou que sua preocupação com os ingressos para o show se iniciaram já em junho, quando foi anunciada a venda.

No dia do início das vendas, havia sido anunciado pela produção que as PCDs seriam colocadas no setor leste superior. A mulher, que tem um marido como acompanhante e a filha menor de idade, comprou o ingresso para a jovem no mesmo setor anunciado na época.

O anúncio dado pela organização do evento no início deste mês, entretanto, alegou que as pessoas serão alocadas em outro setor, no inferior. Agora, ela teme não conseguir alocar a filha menor no mesmo local que o seu e tenta resolver a situação.

“Então assim, a gente tá passando por situações de desconforto, desrespeito, de não acolhimento. E eu tenho, além disso, mais um estresse, de tentar tirar o meu ingresso, que eu não sei se isso vai dar certo. Eu tenho que tentar trocar o setor da minha filha, porque ela é menor, ela não vai ficar sozinha. O que está rolando é tipo um dano extremamente moral. É desgastante”, compartilhou ela.