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07.09.2014 | 10h49

Endividamento chega a 60%

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O índice de endividamento entre as famílias cuiabanas supera 60% atualmente. A estimativa é do vice-presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio/MT), Hermes Martins, ao analisar os dados da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, divulgado pela federação de São Paulo, referentes ao ano de 2013.

A pesquisa, divulgada recentemente, mostra que a taxa de endividamento atingia 60% das famílias da capital mato-grossense no ano passado, o que corresponde a 98,241 mil residências. Em toda a Capital existem cerca de 163,735 mil famílias, conforme cálculos da entidade paulista. Apesar de parecer alto, o índice da Capital está entre os menores do país.

Para o vice-presidente, o cenário não deve mudar até 2016. “Vamos sofrer mais nos próximos 2 anos e manter esse nível de endividamento. Isso porque as obras de mobilidade urbana estão dificultando o deslocamento dos consumidores à região central para pesquisar preços. Com isso eles preferem comprar nos bairros onde moram, usando principalmente o cartão de crédito”.

E são o uso do cartão de crédito desordenado, as facilidades de financiamento e crediário simplificado os principais motivos para o endividamento dos cuiabanos, aumentando o risco de inadimplência junto ao comércio e bancos.

De acordo com Martins, o país passa por uma situação delicada, e isso tem trazido muitas preocupações para os empresários. “A famílias estão endividadas porque a economia estava estável e acreditando nessa estabilidade fizeram empréstimos, financiamentos e o uso não consciente do cartão de crédito fez a inadimplência aumentar”.

Ele complementa dizendo que nos últimos 2 anos o quadro financeiro começou a mudar, as exportações caíram e as importações aumentaram. O agronegócio é a base de sustentação da economia estadual, e como houve avanço no período foi possível fazer com que o endividamento não aumentasse em uma maior proporção.

A auxiliar administrativo Carla Krusteyning conta que ajuda nas contas da casa e que faz o possível para evitar novas dívidas coletivas. “Quando foi para comprar o carro, que é algo essencial e ajuda a família toda eu concordei e dou minha contribuição. Mas em outras coisas que compraram eu não concordei e não ajudo. Todos têm que ter mais consciência e gastar menos”.

Ela afirma ainda que TV por assinatura, internet e outras adesões do tipo são supérfluas e podem ser evitadas. “Quando foram fechar o contrato da TV eu não concordei, disse que só seria mais uma conta para pagar e eu não apoiava, por isso não ajudo. Com essas facilidades toda a família acabou entrando em dívida”.

O compartilhamento da dívida entre os entes da família também é citado por Martins. Ele afirma que atualmente as famílias estão mais unidas e os filhos que antes apenas consumiam agora estão dividindo os gastos da casa. “Isso faz com que cresça o poder aquisitivo e melhora a qualidade de vida.

Ainda de acordo com a pesquisa, em Cuiabá, a parcela mensal da renda comprometida com dívidas é de 34% ou seja 4 pontos percentuais a mais do que é considerado ideal por especialistas financeiros.O valor médio da dívida por família nesse quadro econômico é de R$ 1,560 mil, sendo que 31% das famílias estão com dívidas em alerta porque já estão em atraso.

Urgência de prioridades é o problema da representante comercial Joelma Rodrigues, que é casada e tem 2 filhos. “Não gastamos com nada que não seja primordial, mas as contas estão acumulando. É escola das crianças, prestação do carro, da casa, a minha faculdade e o fixo como comida, energia e água”.

Para Joelma, a inflação está subindo e isso tem gerado o descontrole no planejamento financeiro familiar. “Os gastos que se tinha há 2 anos são os mesmos. Agora, sem nenhuma aquisição, o que eu e meu marido recebemos não está cobrindo tudo. Os aumentos têm sido muito discretos, porém no fim do mês faz toda a diferença”.

Indignada ela reclama: “São tantas taxas que o trabalhador honesto não está mais conseguindo manter a casa. É taxa de rematrícula, IPTU, IPVA. E não é luxo, é necessidade!”

Outras capitais - A pesquisa da Fecomércio de São Paulo mostra os maiores índices de endividamento. Curitiba (PR) registrou o maior nível de endividamento, com 87% do total de famílias da capital paranaense. Na lista estão ainda Florianópolis (SC) com 86%, Brasília (DF) com 84%, Belém (PA) com 78% e Palmas (TO) com 78%. Já as cidades com menores níveis estão, além de Cuiabá, a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre também com 60%, São Paulo e Belo Horizonte, ambas com 53%, e Goiânia (46%).

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