FOI PREJUDICADO 15.10.2024 | 16h05
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Atualizada às 17h49 - Em depoimento durante seu julgamento nesta terça-feira (15), Edgar Ricardo de Oliveira, autor da chacina que vitimou 7 pessoas em Sinop (500 km ao Norte) disse que seu antigo advogado, Marcos Vinícius Borges, teria o usado apenas para “divulgar o nome na mídia”. Disse que não teve a oportunidade de ser ouvido no decorrer do processo e que, inclusive, seu defensor teria dito para que inventasse outra versão. A audiência é transmitira pelo ">link
Edgar foi a última pessoa ouvida na sessão do Tribunal do Júri sobre a chacina. Ele defendeu a versão de que Maciel Bruno de Andrade Costa, dono do bar, seria uma pessoa que constantemente o provocava e estaria armando “golpes” contra ele, sendo que inclusive teria clonado seu celular. Ao ser questionado porque nunca trouxe este fato aos autos, o réu afirmou que foi porque “nunca foi ouvido”.
“O primeiro advogado que estava no meu caso, ele veio aqui poucos dias antes da audiência de instrução e eu não tive acesso a ninguém, eu não consegui, ninguém me representou em nada (...). A única coisa que ele queria era divulgar o nome dele na mídia, como todo mundo sabe”, afirmou.
O julgamento de Edgar chegou a ser marcado para o dia 18 de junho de 2024. Porém, após Marcos Vinícius Borges, popularmente conhecido como “advogado ostentação”, deixar o caso “por motivos pessoais”, a Defensoria Pública assumiu a defesa do réu e pediu nova data para o julgamento.
“Eu não fui assistido, eu não tive advogado, o meu advogado, a única coisa que ele fez foi usar da minha imagem e do sofrimento de 9 famílias, porque isso não trouxe sofrimento só pra família deles, não”, disse.
O réu ainda pontuou que, mesmo que tivesse arrolado outras testemunhas para corroborar sua versão, de que estaria sendo perseguido por Maciel Bruno, não acredita que alguém iria se dispor a dar depoimento em seu favor, já que “é muito mais fácil condenar”. Ele lamentou o fato de ter sido prejudicado por sua defesa.
“O advogado que era pra me representar, ele foi contra mim, praticamente, porque ele não me deu chance de defesa, ele mandou eu inventar, dizendo que na hora o Bruno falou supostamente até da gravidez da minha mulher. O Bruno não falou nada disso, ele falava por 'sugestos', ele tinha um atrito contra mim, porém ele tinha medo também, ele não falava diretamente”.
Após a repercussão nacional do caso, o jurista teve grande visibilidade e conseguiu se eleger vereador nestas eleições.
Outro lado
Como advogado e criminalista, reafirmo que todas as teses podem e devem ser consideradas na defesa de um cliente. A mudança na tese defensiva, como ocorreu no caso de Edgar, é uma prática comum e aceitável, dado que o direito à ampla defesa é um princípio fundamental do nosso sistema jurídico. O tribunal do júri, por sua natureza, permite essa flexibilidade, permitindo que todas as nuances do caso sejam exploradas em busca da verdade e da justiça. No entanto, embora eu seja um defensor fervoroso dos direitos e garantias do acusado, não considerei viável que ele utilizasse um instrumento de defesa, que é o advogado, para justificar uma alteração de tese e explicar o motivo de não tê-la abordado anteriormente.
Nunca houve qualquer tipo de irregularidade na minha atuação como advogado. Pelo contrário, sempre atuei com o pleno aval do acusado, que me descreveu os fatos exatamente como foram abordados. Essa manobra não apenas desvia a responsabilidade, mas também distorce a verdade dos fatos, revelando uma tentativa clara de se eximir das suas próprias decisões.
Gostaria de esclarecer que a minha retirada da defesa ocorreu por motivos de foro íntimo e foi uma decisão de minha própria iniciativa. É importante ressaltar que houve uma completa resistência por parte do acusado, que expressou seu desejo para que eu continuasse atuando em sua defesa. Essa situação foi cuidadosamente considerada, mas optei por seguir meu caminho por razões pessoais.
Atenciosamente,
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