esquema de venda de sentença 27.05.2025 | 17h24
redacao@gazetadigital.com.br
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O advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, sacou R$ 8,2 milhões em dinheiro vivo entre setembro de 2019 e março de 2022, para supostamente pagar por decisões judiciais e vazamento de informações do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros Tribunais de Justiça.
Segundo apurado, o volume milionário sacado por Zampieri foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e retirado para repassar ao assessor de um ministro do STJ. A informação é do jornalista Aguirre Talento do Portal UOL, que publicou nesta terça-feira (27) informações de um relatório da Polícia Federal que embasou a última fase da Operação Sisamnes, neste mês.
“Após análise pericial, a PF conseguiu extrair novos diálogos do celular de Zampieri que apontaram novas suspeitas. Em uma conversa inédita, Zampieri diz a um interlocutor ter transportado uma "encomenda" para entregar a um chefe de gabinete de um ministro, ainda não identificado. Para a PF, essa seria uma referência à entrega de dinheiro vivo”, diz trecho da reportagem.
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"Vim conversar com o chefe de gabinete do ministro, tive que vir de carro para trazer uma encomenda dele", escreveu Zampieri em uma mensagem de WhatsApp, enviada em 9 de setembro de 2023.
Zampieri tinha como parceiro o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso em novembro do ano passado pela PF e considerado o principal operador do esquema. Outra mensagem aponta para que o advogado avisou um interlocutor, que precisaria de R$ 20 milhões para resolver o seu "problema" na Corte Superior. "Vocês têm que preparar uns 20 milhões pra investir lá em cima, e aí resolve. Caso contrário, é perigoso".
"Com o aprofundamento das apurações, especialmente em razão da análise mais aprofundada dos dados financeiros disponíveis, a Polícia Federal identificou a existência de uma sofisticada rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, estruturada no intuito de dissimular os pagamentos das 'propinas' para a corrupção das decisões judiciais, fazendo romper, efetivamente, qualquer vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrupto", escreveu a Polícia Federal em relatório enviado ao STF.
Para a PF, outros repasses em dinheiro vivo eram feitos por um funcionário de Andreson, o auxiliar de serviços gerais João Batista. Ele recebeu R$ 2,6 milhões em suas contas bancárias entre 2019 e 2023 e fez saques totalizando cerca de R$ 800 mil entre 2020 e 2021.
Por isso, a PF mirou João Batista na busca e apreensão deflagrada na semana passada, mas ele não foi localizado. Foram bloqueados R$ 2,6 milhões de suas contas. A investigação da Polícia Federal também analisa outros métodos de lavagem de dinheiro e repasse de propinas. A PF já detectou, por exemplo, diálogos mostrando que Roberto Zampieri usava os serviços de um doleiro sediado em São Paulo.
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