após 1.001 dias encarcerada 11.02.2021 | 10h20
Arquivo
Loujain al-Hathloul, militante pelos direitos das mulheres na Arábia Saudita, foi libertada na quarta-feira (10), segundo anunciou sua família, enquanto o reino enfrenta uma nova pressão por parte dos EUA por suas políticas em relação às questões humanitárias.
"Loujain foi liberada", escreveu no Twitter sua irmã Lina, que acrescentou em inglês: "Loujain está em casa depois de 1.001 dias encarcerada".
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A ativista tinha sido condenada no último dia 29 de dezembro a uma pena de 5 anos e 8 meses de prisão, em virtude de uma lei "antiterrorista", sentença que ainda está em suspenso e que, por isso, a deixou ficar em liberdade por alguns meses, de acordo com a família.
Loujain al-Hathloul, 31, foi declarada culpada de "diversas atividades proibidas pela lei antiterrorista", indicou o site estatal Sabq, que acompanhou a audiência.
Os meios de comunicação sauditas destacaram que a sentença prevê uma liberdade provisória por até 2 anos e 10 meses, "sob a condição de que ela não cometa nenhum novo delito nesse período". O tempo que a ativista já passou detida em prisão preventiva, desde maio de 2018, foi descontado da pena.
O tribunal também proibiu que ela abandone o país durante 5 anos. A irmã de Loujain, Lina, disse que ela pretende apelar da sentença.
Pressão norte-americana
A libertação aconteceu depois que o novo presidente dos EUA, Joe Biden, se comprometeu a intensificar as investigações sobre os antecedentes em matéria de direitos humanos do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
Depois de anos de alguma impunidade durante a presidência de Donald Trump, é esperado que Biden insista que ele liberte cidadãos norte-americanos e sauditas, ativistas e até membros da família real, muitos dos quais estão detidos sem nenhuma acusação formal.
Após um processo no tribunal penal de Riad em novembro do ano passado, o caso contra Al Hathloul foi transferido para a corte antiterrorista, que, de acordo com ativistas, é usado para silenciar as vozes críticas ao governo, sob o pretexto de lutar contra o terrorismo.
O ministro de Relações Exteriores, príncipe Faizal bin Farhan, disse à AFP que Al Hathloul era acusada de manter contato com nações "hostis" e fornecer informação confidencial, acusações que sua família afirma que são mentiras. Outras ativistas já tinham sido libertadas anteriormente.
Os meios de comunicação pró-governo sauditas as chamaram de "traidoras". A família de Al Hathloul afirma que ela sofreu assédio sexual durante sua detenção. Recentemente, o tribunal saudita ignorou essas acusações.
A prisão de mulheres ativistas trouxe à luz o histórico de violações de direitos humanos do reino, uma monarquia absolutista que também sofreu duras críticas pelo brutal assassinato, em 2018, do jornalista Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post, no consulado saudita em Istambul, na Turquia.
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