história de amor 25.12.2025 | 08h00
Arquivo pessoal/Sara Jane Parson
Vinte anos atrás, um encontro casual em uma cafeteria de Austin, nos Estados Unidos, deu início a uma história de amor fora do comum. A artista Sara Jane Parsons, hoje com 61 anos, conheceu o dançarino Jimmy Turner durante uma competição de breakdance.
Turner, surdo, apoiava o corpo em uma caixa de som para sentir a música, quando chamou a atenção de Parsons, que o descreveu como uma pessoa “brilhante e luminosa”.
Parsons ficou tetraplégica aos 20 anos após um grave acidente de carro e não consegue usar as mãos para se comunicar por língua de sinais tradicional. Ainda assim, percebeu rapidamente que poderia conversar com Turner. Segundo ela, a troca não era muito diferente de dialogar em um idioma que não fosse o inglês, desde que houvesse disposição para aprender.
Depois de se encontrarem mais algumas vezes, os dois começaram a namorar. Com o tempo, desenvolveram uma forma própria de comunicação, criada a partir de leituras labiais e de gestos adaptados. Parsons define esse sistema como uma mistura de Língua Americana de Sinais e Língua de Sinais Indígena Americana, apelidada por ela de “JSL”, em referência ao primeiro nome de Turner.
A parceria entre os dois vai além do afeto e se reflete no incentivo mútuo à criatividade. Parsons pinta segurando o pincel com a boca e foi selecionada como uma das 12 artistas do calendário 2026 da Mouth and Foot Painting Artists, organização que reúne artistas que pintam com a boca ou os pés. Ela afirma ter se sentido honrada com a escolha e lembra do apoio imediato do companheiro ao receber a notícia.
O caminho até a arte, no entanto, foi marcado por uma reviravolta precoce. Em 1984, durante uma viagem planejada para a região de Boundary Waters, em Minnesota, o carro em que Parsons estava foi atingido por outro veículo. O acidente causou uma lesão grave na medula espinhal, mudando completamente sua vida.
Após um longo processo de recuperação, Parsons se formou em Direito pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, passou no exame da ordem e atuou como advogada até 2004. Pouco depois, mudou-se para Austin e decidiu se dedicar integralmente à pintura, atividade que havia iniciado ainda na faculdade de Direito.
Suas obras são fortemente inspiradas em memórias da infância em Minnesota, especialmente cenas de inverno e paisagens naturais. A artista afirma que recorre às lembranças dos cheiros, sons e cores das florestas para compor as telas, muitas vezes retratadas com tons dourados e referências afetivas ao passado.
Além da arte, Parsons e Turner compartilham o gosto pela dança, pelos animais e pela convivência familiar. Em 2012, reuniram parentes e amigos em Portland, no Maine, para celebrar a relação em um evento que chamaram de “Celebração de Amor para Sempre”. Para o casal, a criação artística e a comunicação inventada a dois seguem como pilares de uma convivência construída na cumplicidade e no riso.
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