mutação genética rara 29.10.2025 | 16h09
Reprodução/Instagram/angeliyo_o
Um fotógrafo espanhol afirma ter conseguido registrar em vídeo o primeiro exemplar conhecido de um lince-ibérico leucístico, um animal de pelagem clara devido a uma mutação genética raríssima.
Segundo Ángel Hidalgo, de 29 anos, o flagrante aconteceu em 22 de outubro, em uma área rural de Jaén, na Espanha. O local exato está sendo mantido em segredo para proteger o felino.
Hidalgo, que há anos dedica seu tempo livre instalando câmeras ocultas em áreas estratégicas para capturar animais selvagens afirmou ter ficado “em choque” ao perceber nas gravações o que parecia ser um lince com pelagem quase branca, em um caso que seria de leucismo e não de albinismo.
O leucismo é uma alteração genética que reduz a pigmentação da pele e do pelo, mas não afeta a cor dos olhos. Diferente do albinismo, não elimina toda a melanina. O registro está sendo considerado um marco histórico pelos biólogos do Projeto Lince, programa que atua na conservação da espécie, símbolo da fauna ibérica e ainda ameaçada de extinção.
O achado teve repercussão imediata nas redes sociais, especialmente entre fãs da franquia Pokémon, que compararam o animal a um “Pokémon shiny” — nome dado, nos jogos, a criaturas extremamente raras com cores diferentes das usuais. As brincadeiras se espalharam rapidamente pela internet, mas também ajudaram a popularizar o valor ecológico do registro.
Hidalgo apelidou o animal de “fantasma do Mediterrâneo”. Segundo ele, o momento coroa anos de tentativas frustradas de captar imagens únicas da vida selvagem da região. “Foram muitas horas, muitos erros, mas a natureza me recompensou com algo que talvez nunca mais se repita”, disse.
Poucos dias após o anúncio, técnicos do programa Life Lynx-Connect relataram outro caso incomum: um segundo lince branco observado também em Jaén. A diferença, segundo o coordenador Francisco Javier Salcedo, é que esse novo exemplar não apresenta leucismo nem albinismo e sua mudança de cor seria temporária, provocada por fatores ambientais.
Esse segundo animal, chamado Satureja, é uma fêmea nascida em liberdade em 2021 e monitorada por pesquisadores. Fotos anteriores mostram que ela tinha pigmentação normal antes de perder a coloração. No passado, outro caso semelhante foi registrado em Montoro, na província de Córdoba, e o felino acabou recuperando sua aparência original com o tempo.
Os cientistas acreditam que substâncias químicas usadas nos olivais da região possam estar interferindo na síntese da melanina, responsável pela coloração da pele e do pelo. Essa hipótese explicaria por que apenas alguns exemplares, possivelmente os mais sensíveis a esses agentes, são afetados.
Apesar da surpresa, os especialistas destacam que ambas as descobertas reforçam a necessidade de proteger o habitat natural do lince-ibérico, cuja população foi drasticamente reduzida nas últimas décadas. Hoje, a região da Andaluzia abriga a maior parte dos exemplares reintroduzidos na natureza.
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