Coisas que não gosto

Gente sem educação. Que não lê jornais e o máximo que se aproximou de um livro foi quando houve uma briga na escola e alguém lhe acertou um Jorge Amado no nariz.

Gente (também sem educação) que não sabe ouvir e fica interrompendo e falando mais e mais alto para se fazer ouvir por mais besteiras que diga.

Aquelas tarjas "informativas" na parte de baixo do vídeo em reportagens de televisão. Cinco segundos bastam, só prejudicam a imagem.

Ex-juízes e ex-jogadores comentando jogos de futebol. Falsos sábios, parecem sentir orgasmos reduzindo nosso prazer pelo espetáculo e querendo nos transformar em completos imbecis.

Pessoas que enviam e-mails esquartejando as palavras. "Abs", "tb", "bjs", "vc", "rea/", "naum", entre outras. Traduzindo: abraços, também, beijos, você, realidade e não. Rapidez nunca foi sinônimo de qualidade. Já disse alguém, com sapiência e propriedade: quando uma sociedade se corrompe, a primeira vítima a gangrenar é a Língua.

Vendedores e pedintes que "invadem" minha casa através de meu telefone. Se eu quiser comprar alguma coisa, vou a uma loja. Se eu quiser (e puder) ajudar alguém, nem preciso atravessar a rua.

Autoridades, com verborragia (lengalenga), querendo explicar o inexplicável.

Lentidão judiciária.

Impostos. Todos. Principalmente o incidente sobre salários. Como se salário fosse renda...

Governos. Qualquer um, em qualquer nível. Uma gentinha medíocre que, ao fazer algo de bom para o povo, sai batendo lata aos quatro ventos, como se esse "algo de bom" não lhe fosse um dever, e sim uma concessão a nós, o povo tributado.

Mentiras. E, aqui, acrescento campanhas políticas. Todas são falsas.

Prisão em cela especial para criminosos com formação superior (?). Se o criminoso tem formação superior (?), esta formação superior (?) deveria ser agravante ao delito cometido, jamais atenuante.

Chuchu. Sem comentários.

Manifestações de protesto em vias públicas de grande fluxo de trânsito. É burrice. Chama atenção, é verdade, mas também coloca o motorista retido contra o movimento.

Estrangeiro que fala mal do Brasil. E brasileiro, também. Se acha que aqui é ruim, que volte para casa ou vá-se embora duma vez. A mesma coisa vale para São Paulo. Se todos os que dela reclamam fossem buscar felicidade em outros cantos, São Paulo seria uma cidade muito mais humana.

Tem mais, mas é melhor parar. Já devo ter arrumado desafetos pelos próximos 10 ou 15 anos...

Diorindo Lopes Júnior é jornalista.