PJC investiga caso de injúria contra duas mulheres na Capital

A Polícia Civil de Cuiabá abriu investigação preliminar para apurar uma denúncia de injúria feita por duas amigas que foram importunadas em uma conveniência de um Posto próximo ao Choppão, em Cuiabá.

Segundo as vítimas, o corretor de imóveis, Marlon Martins Santana, pilotando uma Harley Davidson visivelmente embriagado, fez comentários ofensivos e insinuou que elas seriam lésbicas, proferindo xingamentos como "prostitutas" e "vagabundas".

O episódio, que ocorreu no último Dia Internacional da Mulher, foi filmado por testemunhas e mostra Marlon quebrando garrafas para ameaçá-las. Uma das mulheres chegou a empunhar uma garrafa para se defender de um possível ataque, por falta de segurança no local.

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Segundo uma testemunha, o acusado afirmou que importunaria as mulheres por supostamente serem um casal homoafetivo, mas o delegado da 2ª DP classificou o caso como injúria simples, pelo fato de ambas se declararem heterossexuais. O caso foi encaminhado à 3ª DP.

A advogada Karime Dogan contesta a decisão e diz que a jurisprudência do STJ considera injúria LGBTIfóbica crime, independentemente da orientação sexual da vítima. Ela pretende recorrer ao Ministério Público para que o caso seja enquadrado como injúria qualificada.

Também foram registrados crimes de trânsito cometidos pelo motociclista na ocasião, que além de pilotar alcoolizado, fez o uso de manobras perigosas para intimidar as amigas.

Outro lado

Procurado, Marlon Martins Santana disse que já prestou depoimento a Delegacia e diz que está arrependido da ‘brincadeira’ que teria feito com as duas vítimas.

“Se eu tivesse a oportunidade de pedir desculpas para as duas, eu faria isso. Estou extremamente arrependido. Eu fui fazer uma brincadeira com elas, e elas não gostaram. E eu me defendi apenas”, disse.

“Quem me conhece sabe que não tenho essa índole, e repito. Se eu pudesse encontrá-las, pedira perdão pelo ocorrido”.