entenda proposta 09.09.2025 | 15h00
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Fred Moraes
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), divulgou detalhes sobre o projeto que o município elabora para a privatizar a administrativa das escolas municipais. Segundo ele, a medida pretende dar mais eficiência a gestão escolar e ao uso dos recursos públicos, inclusive contra possíveis atos de corrupção. Ele informou que a medida irá gerar economia aos cofres, mas os números não foram comunicados.
Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (9), o liberal ressaltou que a mudança não envolve professores nem o conteúdo aplicado em sala de aula.
“A privatização da educação será na parte administrativa, não na parte pedagógica. Eu entendo o seguinte: a educação pública precisa ser mais eficiente na gestão dos recursos públicos. Nós temos muitas escolas sem manutenção, muitas escolas com situações delicadas. Quando assumimos a prefeitura, as escolas tinham gasto os recursos enviados em novembro para conclusão do ano letivo e manutenção, mas não tinham aplicado corretamente. Isso atrasou o retorno das aulas em até dez dias. Tivemos que empenhar esforço de outras secretarias para resolver”, afirmou.
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Apesar da defesa feita pelo prefeito, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) se posicionou contra a medida. Os representantes consideram que a terceirização enfraquece o serviço público e representa risco de precarização.
Contudo, o gestor expressou que a ideia é que empresas especializadas assumam a parte de gestão predial, de insumos e de materiais. “Eu acredito que nós vamos ter um administrador para cada escola. Não é que a gente não esteja reconhecendo ou não valorizando o servidor da educação. Mas acredito que a parte de administração predial, de insumos e materiais precisa de alguém com expertise. A parte pedagógica continuará sendo responsabilidade da Secretaria de Educação e dos professores. Coordenadores continuam ficando, diretores e secretários também, mas a gestão estrutural será reformulada”, explicou.
Ao sustentar a tese, Abilio também criticou o que chamou de "má aplicação dos recursos" nas escolas municipais. “Eu fui fiscalizar a aplicação dos recursos e tinha 3 orçamentos da compra de um ar-condicionado. Um aparelho que você compraria por R$ 2 mil, a Secretaria de Educação comprou por R$ 3 mil, com 3 orçamentos fraudados. Uma mesma pessoa fez os 3 orçamentos com CNPJs diferentes. Isso aconteceu em várias escolas, com direcionamento de contratações e desperdício de dinheiro público”, relatou.
Ele ainda comparou os custos da rede municipal com a rede privada. “Sabe quanto custa um aluno na rede municipal de ensino? R$ 1,6 mil por mês, para meio período. Com esse valor, você coloca seu filho em escola particular, em algumas até com mensalidade menor, como na Adventista, que cobra R$ 1,3 mil. Então, às vezes, é até mais barato se fosse contratar a rede privada. Contudo, nós temos os servidores, o nosso sistema de ensino e o nosso método. Então, vamos começar inovando na gestão escolar, mexendo na administração”, finalizou.
Comissão é contra
O presidente da Comissão de Educação da Câmara de Cuiabá, vereador Daniel Monteiro (Republicanos), também é contra a medida. O parlamentar argumenta que as escolas ofertam um serviço considerado essencial na administração pública e não pode ser privatizadas.
“Não acredito em privatização da gestão escolar porque do ponto de vista de privatização, precarização de serviços, existem aqueles serviços que a gente considera essenciais. A educação é uma delas, é um serviço público e que não pode ser transferido para entidades estranhas alienadas ao Estado porque compromete na qualidade do serviço oferecido. A Educação tem, sim, suas dificuldades, mas ao invés de inventar a roda, vamos copiar os precedentes que deram certo para avançarmos na cidade”, ponderou.
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