Aceno de Trump a Lula anima deputados de MT e reforça expectativa pelo fim do “tarifaço”

Os deputados estaduais de Mato Grosso avaliaram de forma positiva o tom mais ‘amável’ do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante um encontro na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira. Para o parlamento, a aproximação pode representar uma retomada nas relações comerciais e, principalmente, abrir caminho para o fim do “tarifaço” imposto pelo norte-americano a produtos brasileiros.

Em entrevista à imprensa, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), afirmou que enxerga com bons olhos a possibilidade de entendimento entre os dois países, mas vê com certa distância o fim do tarifaço.

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“Tomara, dizer que eu acredito piamente, não. Mas, posso dizer que torço muito sim. Existiu o contato, vimos pela mídia a manifestação do Trump e do Lula. Se houver um entendimento acho que é bom, o Brasil é um amigo do mundo, não temos guerra com ninguém. Quanto mais trabalharmos uma boa relação, porque precisamos exportar, se tiver um alinhamento e evitar as tarifas é significativo. Eu sempre defendo o diálogo, torcerei para que aconteça”, pontuou.

Wilson Santos (PSD) avaliou que o gesto de Trump deixou claro que pode haver espaço para uma reaproximação comercial, que perdura por séculos. Otimista, o deputado aposta na ‘caída’ da medida já na próxima semana.

“Eu acho que é um sinal que o presidente Trump deu, agora vai jogar, com interesses maiores dos Estados Unidos e Brasil, são 200 anos de relações comerciais. Nesse momento, as relações comercias são favoráveis aos norte-americanos. Creio que na semana que vem haverá esse encontro. Acredito na redução do tarifaço, as relações vão ser colocadas à mesa de forma séria e diplomática. Acho que volta aos trilhos essa relação bicentenária”, disse.

O deputado Eduardo Botelho (União Brasil) ressaltou que uma conciliação pode beneficiar diretamente o agronegócio brasileiro, mas pontua que o mesmo não ficou enfraquecido regionalmente, já que Mato Grosso não exporta grande quantia do país.

“Achei ótimo, uma oportunidade de abrir o comércio, nosso agronegócio, nossa carne, nosso café vendido aos Estados Unidos. Tenho esperança de reabertura, isso é bom. É bom para o Brasil, uma oportunidade de reatar o comércio, que é muito importante”, avaliou.

A deputada Edna Sampaio (PT), afirma que o presidente saberá conduzir as tratativas. “Trump vai tentar outra estratégia, mais carinhosa, afável, mas a relação pode mudar. Vamos esperar. Eu tenho certeza que o Brasil não deixa de aproveitar nenhuma oportunidade, assim como quando foi taxado. Em todos os momentos o Lula soube administrar”, afirmou.

Em agosto, Donald Trump anunciou o tarifaço para uma lista de produtos. Antes de vigorar, o próprio republicano retirou itens da medida. Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o tarifaço de 50% incide em cerca de um terço (35,9%) das exportações brasileiras para os Estados Unidos.

As exportações de produtos afetados pelo tarifaço caíram 22,4% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024. Já as vendas de itens que não sofreram taxas adicionais recuaram 7,1%. Cerca de 700 produtos ficaram fora da lista de taxação.