‘Caso Cattani’ não sai da estaca zero na Assembleia Legislativa

A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa (ALMT) não vai cumprir o prazo estabelecido pelo presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (União), para analisar a denúncia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Defensoria Pública contra o deputado Gilberto Cattani (PL).

O parlamentar foi acionado no grupo de investigação depois de ter comparado mulheres às vacas em um vídeo publicado na rede social. A investigação foi determinada em um decreto publicado no Diário Oficial da ALMT, no dia 13 de junho.

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No documento, Botelho determinou que o corregedor da comissão, Max Russi (PSB), e o corregedor substituto, Júlio Campos (União), apreciassem as denúncias e apresentassem manifestação conclusiva em 30 dias. Ou seja, até esta quinta-feira (13). O documento foi o mesmo que estabeleceu os deputados que iriam participar da Comissão de Ética.

“Fica estabelecido o prazo de 30 dias para o Corregedor da Comissão de Ética, Deputado Max Russi, e o respectivo Corregedor Substituto, Deputado Júlio Campos, apreciarem a matéria dos fatos noticiados pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso e pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) em face do Deputado Gilberto Cattani, bem como para a Comissão de Ética apresentar manifestação conclusiva”, diz trecho do documento.

No entanto, Max já antecipou à reportagem que o prazo não será cumprido por conta do recesso parlamentar. A pausa legislativa irá iniciar no próximo dia 22 de julho e acabar no dia 28 do mesmo mês, conforme publicação no Diário Oficial. Procurado, o ex-governador Júlio Campos disse que aguarda um posicionamento de Russi para concluir os trabalhos. Ele afirmou que só poderia tomar a frente dos trabalhos após ser notificado pelo colega. Mas, afirmou: “Se ele não cumprir, eu cumpro”.

A COMPOSIÇÃO

Inicialmente, a Comissão de Ética foi constituída com Janaina Riva (MDB) como presidente, Russi como corregedor, Júlio Campos como corregedor substituto, Wilson Santos (PSD) como vice-presidente e Elizeu Nascimento (PL). Os deputados Dr. Eugênio (PSB), Paulo Araújo (PP), Diego Guimarães (Republicanos) e Cláudio Ferreira (PTB) ficaram como os suplentes. Dias depois, Wilson foi afastado por “suspeição”. A retirada do ex-tucano se deu por maioria com votos de Russi, Janaina Riva e Elizeu Nascimento. Apenas Wilson e Júlio Campos votaram contra a suspeição.  

O CASO

Durante a criação de uma frente parlamentar de combate ao aborto “Pró-Vida”, no dia 15 de maio, Gilberto Cattani defendeu a versão de que a vida existia desde o primeiro instante da gestação. Como exemplo desse raciocínio, ele comparou a gravidez de mulheres a vacas.

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