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CENTRO POLÍTICO ADMINISTRATIVO 25.04.2021 | 07h05

Com 50 anos, CPA é considerado marco do desenvolvimento

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Mayke Toscano/Secom-MT

Mayke Toscano/Secom-MT

Prestes a completar 50 anos desde a sua fundação, o Centro Político Administrativo de Cuiabá (CPA) pode ser considerado um grande marco para o desenvolvimento econômico e arquitetônico da capital. A região que atualmente abriga os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estadual foi finalizado pelo governador José Fragelli, mas a inauguração dos primeiros prédios ocorreu na gestão de José Garcia Neto, em 1975.  

 

O arquiteto e urbanista, José Antônio Lemos, e então estagiário na época, relembra que acompanhou a construção das maquetes que deram forma ao CPA. "Eu morava em Cuiabá, mas estava estudando em Brasília. Por ser daqui, fui escalado para acompanhar a construção das maquetes. Foi um processo que foi muito importante para minha formação", recorda.

 

Arquivo

José Antônio Lemos

 

A região que tinha a promessa de ser a "Brasília mato-grossense" foi fundada em uma área de aproximadamente 6,800 m² que pertencia à Carmelita da Silva Braga. O ponto zero de criação da região foi o Palácio do Governo de Mato Grosso, junto com suas secretarias, denominado Centro Político Administrativo, daí a sigla CPA.

 

Com a "febre da modernidade" e o crescimento populacional que já era esperado, Lemos explica que houve a necessidade de transferir a sede do governo e estimular que as famílias saíssem da região do Centro e do Porto. Segundo ele, a localização do CPA foi planejada de forma estratégica para além de abrigar os poderes, garantir o desenvolvimento econômico da região.

 

"Tinha-se a necessidade de preservar o centro histórico, que hoje abriga o Palácio Alencastro, sede da prefeitura de Cuiabá. Além disso, já se imaginava que a cidade teria um forte crescimento da população, o que impactaria diretamente na região central", complementou.

 

Mayke Toscano/Secom-MT

Centro Político Administrativo

 

No ano de 1976 a área foi oficialmente adquirida pelo poder público. Na época, a região englobava 309 lotes e que pertencia a Carmelita. Da área total, o Estado confiscou 100 lotes da proprietária por conta de uma ação de dano ao patrimônio publico. Os demais 209 lotes foram comprados pelo Estado.

 

"Tinha-se a ideia de que a instalação do governo estadual naquela região iria atrair o fomento do comércio, a instalação de agências bancárias e automaticamente o crescimento da cidade", explicou. Lemos acrescenta que, inicialmente, a ideia não foi bem aceita pela população, que imaginava o projeto político "um bicho de 7 cabeças". 

 

"Muita gente falava que era sonho, coisa de arquiteto que não tinha o que fazer, uma loucura. E hoje a gente vê que de fato aconteceu e felizmente foi implantado, ainda que de forma capenga, porque o processo foi interrompido", pontuou.

 

TJMT

Inauguração do Palácio Paiaguás

 

Em 28 de fevereiro de 1975, após o trâmite judicial, o Palácio Paiaguás (atual sede do Poder Executivo), o então governador José Fragelli, inaugurou o Palácio, e nele transferiria a sede do governo juntamente com Casas Civil e Militar, e também as secretarias de Planejamento, Administração, Saúde e Viação e Obras. Também foram instalados o prédio próprio do Tribunal de Contas do Estado. Todavia a estrutura foi entregue em 15 de março de 1975, ano que o ex-governador José Garcia Neto tomou posse.

 

Logo em 1976, foi inaugurado o prédio próprio do Tribunal de Justiça. Esses foram os primeiros prédios construídos no complexo administrativo. Segundo o arquiteto e urbanista, o CPA foi amplamente planejado para comportar todos os órgãos das esferas públicas.

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Mayke Toscano/Secom-MT

Centro Político Administrativo

 

Contudo, o projeto foi interrompido ao longo das décadas de 70 e o crescimento “desorganizado” da região impediu que novos órgãos e secretarias da atualidade fossem incorporados ao local.  "No CPA tinha área reservada para todo mundo, deixamos tudo planejado para ser utilizado pela administração direta. Com a aumento da habitação local, as novas secretarias que existem hoje tiveram que ser instaladas em outros pontos da cidade", pontuou.

 

Atualmente, além do Poder Público, o CPA abriga milhares de famílias e importantes empreendimentos que movimentam a economia cuiabana. Segundo Lemos, o feito histórico chama a atenção à importância do planejamento e a necessidade de se pensar em uma Cuiabá para o futuro.

 

"Hoje, mesmo que não tenha sido feito da forma que foi planejado, foi um projeto muito bem pensada e que ajudou no desenvolvimento da cidade. As pessoas precisam continuar tendo essa visão do futuro, temos que planejar e colocar a capital a frente do desenvolvimento. Se você não faz isso, a administração acaba tendo que correr atrás da cidade”, finalizou.

 

Mayke Toscano/Secom-MT

parque das águas

 

5 Curiosidades sobre o CPA

- O projeto original da CPA previa a abertura de 4 lagos, que ajudariam a melhorar o clima da região e, que também serviriam para momentos de lazer da população. Um deles foi transformado no Parque das Águas, que atualmente é considerado um dos principais pontos turísticos da cidade.

 

- Os “layouts” das edificações do CPA foram produzidos por computador no Estado de Minas Gerais e enviados de avião para Mato Grosso com intuito de facilitar o trabalho da equipe.

 

Michel Alvim - Secom/MT

Palácio Paiaguás

 

- A estrutura do Palácio Paiaguás foi feita em “módulos”, que permitiria a expansão do prédio conforme a necessidade do poder público. A estrutura foi erguida sem a presença de colunas internas para melhor aproveitamento do espaço interior e a instalação de “escritórios panorâmicos”.

 

- A pintura do boi exposta nas paredes do Palácio Paiaguás representa a 'Bovinocultura', potencial fonte econômica da época. Os murais foram tombados como patrimônio histórico, artístico e cultural de Mato Grosso.

 

- Famílias cuiabanas acreditavam que seria necessária uma “viagem” para se chegar Centro Administrativo. Além disso, alguns questionavam se no local haveria ônibus e comunicação. 

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Comentários

Luciana Volpato Serbino - 18/05/2024

Acho injustificável uma matéria sobre o projeto do CPA não incluir o nome do arquiteto que foi o autor do projeto, o Arquiteto e Urbanista Antônio Carlos Cabral Carpintero.

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