cop 30 21.10.2025 | 14h40
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Chico Ferreira
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) defendeu, durante audiência pública conjunta entre a Assembleia Legislativa e o Senado, a urgência de repensar o modelo de desenvolvimento de Mato Grosso e a necessidade de ações para a preservação do Pantanal e das nascentes que formam os principais rios do estado. O encontro, realizado nesta terça-feira (21), discutiu as propostas ambientais que Mato Grosso levará à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).
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O parlamentar criticou a proposta de extinção da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat), responsável pela política mineral do estado. Wilson argumentou que o Brasil possui cerca de um quinto das chamadas terras raras.
"Estamos na contramão [do mundo]", ele afirmou.
O deputado ainda sublinhou o avanço da degradação ambiental no Pantanal e nas cabeceiras dos rios mato-grossenses.
“Os estudos técnicos mostram que o Pantanal perdeu 50% de águas nos últimos 50 anos. Há estudos científicos no exterior de que o Pantanal não chega ao final deste século. O Pantanal deve desaparecer dentre 45 a 60 anos, no ritmo que vai. Se não cuidarmos das águas do rio Cuiabá, do Paraguai, do São Lourenço, do Taquari, nós vamos ter problemas. As nascentes estão sendo atacadas, onde nascem o Quilombo, o Casca, o Cuiabá, o Cuiabazinho. Precisamos agir com urgência”, alertou.
Wilson Santos também mencionou o impacto das alterações nos rios da Baixada Cuiabana sobre o ciclo reprodutivo dos peixes nativos, especialmente os de piracema.
“O rio Cuiabazinho vem secando todos os anos no período da seca. Ele deixou de cursar as suas águas durante todo o ano. E ele é um dos principais ambientes para reprodução dos peixes nativos. Estamos perdendo esse ambiente privilegiado”, lamentou.
O parlamentar ainda criticou o projeto que prevê a instalação de 6 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Cuiabá, em que elogiou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) por indeferir os pedidos, mas frisou que as empresas responsáveis pelos projetos continuam na busca de autorizações na justiça.
Outro ponto enfatizado pelo deputado foi a necessidade de industrialização da produção mato-grossense, criticando a dependência do estado das exportações de commodities e a falta de interesse da elite agrária em agregar valor à produção local.
“Precisamos repensar o modelo de desenvolvimento que interessa ao Brasil. A elite agrária mato-grossense não tem interesse na industrialização. Ela ganha muito mais plantando commodities. Mas nós, que estamos atuando politicamente, temos que inverter isso, convencer a elite de que precisamos avançar rumo à agroindustrialização”, defendeu.
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