‘PAGAM COM A VIDA’ 05.11.2025 | 09h30

fred.moraes@gazetadigital.com.br
Otmar de Oliveira
A prefeita de Cuiabá em exercício, Vânia Rosa (Novo), que também é policial militar de carreira, fez um alerta contundente sobre a necessidade de Mato Grosso despertar no enfrentamento ao crime organizado e não seguir o mesmo caminho do Rio de Janeiro, que na última semana registrou a operação policial contra o Comando Vermelho, na mais letal da história carioca com 121 mortos.
Em entrevista à imprensa, a prefeita fez balanço sobre o cenário da segurança pública e defendeu uma ação coletiva da sociedade contra o avanço das facções criminosas.
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“O Rio é um caso atípico, né gente? Mato Grosso não pode se deixar chegar ao nível que o Rio de Janeiro chegou. Então, se for preciso, assim nas operações será. Contudo, a gente tem feito, tem um trabalho do governo do estado, inclusive, de enfrentamento às facções”, afirmou.
Com experiência dentro da Polícia Militar, Vânia Rosa afirmou que as forças de segurança têm monitorado as regiões onde há presença de facções e que o Estado tem se mostrado “bastante atuante” no combate a esse tipo de criminalidade.
“Por mais que a gente vá em alguns eventos e saiba onde estão as facções que estão entrando, e a forma como elas trabalham, ”, ressaltou.
A prefeita interina também chamou atenção para o papel da sociedade no enfrentamento ao problema, destacando que o recrutamento de jovens pelo crime organizado representa um risco coletivo e irreversível. Segundo ela, o envolvimento com o tráfico e as facções é um caminho sem volta.
“Tem que ter uma ação coletiva, não só do Estado, mas também de toda a sociedade, tendo a clareza de que facções não oferecem almoço de graça. Tudo que é dado será tomado e é tomado em forma de vidas e de expectativas de vida. A vida que é de um sistema de crime, e pagam com a própria vida. Entregar um filho aos luxos das facções, daquilo que eles regem, é entregar também a vida dele e o poder da vida e da morte nas mãos daqueles que fazem esse tipo de conduta”, finalizou.
O discurso da prefeita interina vai ao encontro das recentes declarações do governador Mauro Mendes (União Brasil), que também tem demonstrado preocupação com o avanço das facções criminosas. Em entrevista, Mendes elogiou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pela megaoperação contra o Comando Vermelho, e cobrou uma atuação mais firme do governo federal no combate ao crime organizado.
“É lamentável que precisemos ter um episódio como esse para que o Brasil acorde para esse grave problema que é o aumento das facções criminosas em todo o país. O Rio de Janeiro é um caso crítico, mas temos que reconhecer que as facções cresceram no Brasil e isso virou uma grande epidemia”, afirmou Mendes.
O governador destacou que a União tem sido omissa e que o enfrentamento ao tráfico e às organizações criminosas não pode ficar restrito aos estados.
“O governo federal, em vez de apoiar, muitas vezes se mostra confuso ou contrário a ações mais duras. Precisamos de instrumentos mais inteligentes, mais duros e eficientes para botar um fim nessas facções”, disse.
Mendes defendeu ainda que os governadores devem atuar de forma articulada, citando que vários estados estão se reunindo para discutir estratégias conjuntas de combate ao crime organizado, inspirado pela atuação no Rio de Janeiro.
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