Fávaro critica governo de MT por 'desmonte' da Empaer e anuncia sede da Embrapa na baixada cuiabana

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), criticou o governo Mauro Mendes (União) pelo “desmonte” da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), durante o lançamento do Plano Sagra da Agricultura Familiar, nesta sexta-feira (6).

Em resposta ao movimento de extinção do órgão, o gestor anunciou que o governo Lula (PT) irá instalar uma Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril, Piscicultura e Fruticultura na baixada cuiabana nos próximos dias.

“Não podia deixar de falar sobre a insensibilidade do Estado de Mato Grosso, que faz tudo o que consegue e continua fazendo para acabar com a nossa Empaer. Eles vão receber do governo Lula a inversão de valores. Se aqui querem acabar com a pesquisa, nós vamos trazer a Embrapa para a baixada cuiabana”, disse.

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Os apontamentos de Fávaro se dão diante das ações do governo estadual, que, nos últimos 4 anos, reduziu os investimentos da Empaer, prejudicando o órgão que atua em áreas de pesquisa para fortalecer a agricultura familiar.

Ao todo, o investimento do Estado é de R$ 764.000,00 via o Plano de Trabalho Anual, enquanto o recurso arrecadado pelos pesquisadores, por meio de seus projetos de pesquisa, com ajuda da iniciativa privada e pública, consta no valor de R$ 3.185.000,00.

Servidores alegam também que, recentemente, foi aprovado um novo corte na composição da estrutura, afetando diretamente os pesquisadores. A medida é considerada preocupante por revelar ações que conduzem à extinção da Pasta.
No mês passado, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou uma audiência pública, liderada pelo deputado estadual Júlio Campos (União), para debater sobre o assunto.

“Não é de hoje que a Empaer vem passando por um processo de desmonte. Desde governos anteriores, foram cortados investimentos e agricultura familiar padece de assistência técnica. Depois da audiência pública, identificamos que alguns escritórios importantes e imóveis estão sendo vendidos e leiloados sem que haja transparência. Vamos acompanhar esse processo e tentar impedir o fechamento deste importante órgão. O agronegócio não precisa desses serviços, mas os pequenos produtores dependem dessa assistência para continuar no campo”, afirmou Júlio Campos na ocasião.