10.07.2017 | 11h26
O ex-secretário da Casa Militar Evandro Lesco admitiu que emprestou R$ 24 mil ao cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior para que comprasse equipamentos de interceptação telefônica supostamente usado em um projeto chamado “Sentinela”. Ambos estão presos sob a acusação de integrar um esquema de espionagem ilegal. A declaração foi feita ao coronel da Polícia Militar Jorge Catarino Morais Ribeiro, que conduz o inquérito militar relativo ao caso dos grampos, na semana passada.
Chico Ferreira![]() Coronel Evandro Lesco |
Conforme trechos do depoimento de Lesco, obtido pelo site Folhamax, ele disse que “acredita que já havia emprestado outras quantias em dinheiro ao cabo PM Gerson, mas não se lembra das datas, inclusive a outros subordinados, nunca se escusou, desde que tivesse disponível”. Ainda conforme o coronel, até hoje, ele não recebeu o valor de volta.
O sistema de escutas telefônicas operado pelo cabo Gerson Corrêa também teria tido participação do cabo Euclides Torezan e de um homem identificado apenas como “Marilson”.
Segundo o coronel Lesco, apesar de ter apenas emprestado o dinheiro para que Gerson comprasse os equipamentos, a nota fiscal teria sido emitida em seu nome sem sua autorização.
A nota fiscal registrada no nome de Evandro Lesco foi anexada à denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Mauro Zaque à Procuradoria Geral da República (PGR), a respeito do sistema de grampos ilegais.
Conforme o depoimento de Lesco, ele chegou a conversar com Torezan e Marilson, que teriam lhe explicado os objetivos do projeto Sentinela. “Esclareceram ao interrogado que não era a solução tecnológica intrusiva e operava tão somente com prévia e regular autorização judicial, sendo assim, poderia ser aplicada a qualquer órgão oficial que faça esse tipo de serviço e solicitaram que ao final do aperfeiçoamento da solução, o interrogado pudesse fazer uma interlocução junto a Coordenação Geral do Grupo para que a empresa tivesse a oportunidade de apresentar o seu produto”.
Apesar disso, Lesco afirmou que não contribuiu com o projeto, nem participou da sua organização ou de qualquer tipo de grupo de WhatsApp, nem de conversa junto ao cabo Torezan e ao coronel Zaqueu Barbosa, então comandante-geral da PM e responsável pelos pedidos de interceptação telefônica contra policiais investigados por envolvimento em tráfico de drogas, em Cáceres, processo no qual houve a inserção de outros números por meio da “barriga de aluguel”, como do jornalista José Marcondes “Muvuca”, da deputada estadual Janaina Riva (PMDB) e da publicitária Tatiane Sangalli.
Por conta do esquema, também foram presos o coronel Zaqueu Barbosa, o ex-secretário adjunto da Casa Militar Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Batista e o próprio cabo Torezan por conta de suspeitas de envolvimento nos grampos ilegais.
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