Quase 20 anos após prisão, Nicácio volta à cena política

Quase 20 anos depois de ser preso pela polícia sob acusação de ter mandado matar um suplente de vereador para que pudesse assumir a cadeira na Câmara de Vereadores de Cuiabá, Nicácio Barbosa foi homologado pelo MDB como candidato a vereador nas eleições deste ano.

A reportagem o procurou para saber os motivos que o levou a novamente disputar uma vaga no Parlamento municipal. Segundo o candidato, o objetivo é contribuir com a população.

Ele negou que foi autor do atentado contra a vida do vereador Sivaldo Dias Campos, e diz que foi acusado por um delegado corrupto.

"A questão de 24 anos atrás, era bom puxar os delegados do qual me condenaram. Ou melhor, o delegado Márcio Peirone. Fui acusado por esse delegado corrupto, e condenado. Porém, agora vou deixar a população julgar", disse Nicácio.

Questionado o uso do nome Juca nesta disputa seria para atrair os eleitores do seu irmão, deputado estadual Juca do Guaraná Filho (MDB), Nacácio diz que é uma homenagem ao pai, o ex-vereador Juca do Guaraná.

"Nicácio do Juca é uma homenagem ao meu pai. Meu irmão hoje é deputado e vai me ajudar sim, mas ele tem os compromissos políticos dele. E o meu objetivo é ajudar o MDB, o partido. Acredito podemos eleger 3 ou 4 vereadores", justificou.

Por fim, Nicácio afirmou que sua prisão e condenação no caso envolvendo o ex-vereador Sivaldo não irão prejudicá-lo e nem irá causar temor na chapa do MDB.

O caso

A casa de Sivaldo Campos foi invadida por três homens no dia 10 de outubro de 2000. Ele levou dois tiros na cabeça. O então suplente vereador sobreviveu, passou por muitos tratamentos e tem sérias sequelas.

Durante as investigações, a polícia descobriu que se tratava de um crime político, e que Nicácio seria o mandante, com o objetivo de assumir a vaga de vereador.

Ele sentou-se nos bancos dos réus em 11 de novembro de 2002 e alegou inocência. Ele foi condenado a 9 anos e 8 meses por ser o mentor da tentativa de homicídio contra o parlamentar.

Nicássio foi preso em 2005, quando não coube mais recursos contra a sentença. Porém, em outubro de 2006 conseguiu progressão de pena em regime semiaberto. Contudo, em 2007 o Ministério Público alegou que ele não estaria cumprindo o regime.

Diante disso, ele foi preso novamente em 2008. Já em 2009 conseguiu novamente o regime semiaberto e não voltou mais a ser preso.

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