06.07.2017 | 10h44
Reprodução![]() Coronel Airton Siqueira |
Em depoimento prestado nesta quarta-feira (5) no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar ao coronel Jorge Catarino Ribeiro, encarregado do inquérito policial militar que investiga um esquema de grampos ilegais no Estado, o secretário de Justiça de Direitos Humanos, coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior, afirmou que o ex-secretário estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), promotor de Justiça Mauro Zaque, tentou força-lo a pedir exoneração sob o argumento de que “o governador Pedro Taques estaria aborrecido” com o esquema de escutas ilegais contra políticos, jornalistas e advogados, que ficou conhecido como ‘barriga de aluguel’.
Reprodução![]() Trecho do depoimento do coronel Airton Siqueira |
Siqueira diz que em outubro de 2015 recebeu uma ligação de Zaque, pedindo que comparecesse em sua casa para uma reunião. Chegando lá, foi recebido por ele “no saguão do prédio, mais ao fundo, próximo aos arbustos e uns bancos”. Estranhando a situação, afirmou que Zaque demonstrava preocupação com uma suposta escuta ambiental no local.
Zaque então disse a Siqueira que ele, o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques e o ex-secretário-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, seriam exonerados pelo governador Pedro Taques devido ao esquema de escutas.
“Vocês fizeram merda no governo. Vocês interceptaram deputados, jornalistas e advogados e o governador está muito aborrecido e irá exonerar você, o coronel Zaqueu, Paulo Taques e o coronel Lesco”, teria afirmado Mauro Zaque.
Em seguida, Zaqueu Barbosa também chegou à residência de Zaque, que teria dado a opção aos 2 coronéis de pedirem a exoneração de seus cargos e para que tudo morresse ali.
Siqueira respondeu que queria ser investigado e que não sairia pela porta dos fundos. “Ao chegar ao posto de coronel, só saio daqui para a casa, para a cadeia ou para o buraco”, teria afirmado Siqueira.
Logo em seguida, com o retorno do governador Pedro Taques de São Paulo, foi chamado pelo chefe do Executivo que, com base no que Zaque havia falado, lhe disse que “vocês fizeram merda e não tenho como manter vocês no cargo”.
Chico Ferreira![]() Promotor Mauro Zaque |
Siqueira disse então ao governador que não sabia do que se tratava e perguntou de onde partiu aquela denúncia, sendo respondido que foi da Polícia Federal, rebatido pelo próprio coronel. Siqueira então deixa claro no depoimento que Zaque articulava sua exoneração.
O coronel afirmou ainda no depoimento ter tomado conhecimento que o governador fez contato com Mauro Zaque para perguntar sobre a origem da denúncia e Zaque teria dito que era uma outra fonte que ele preferia preservar. Diante disso, o governador disse a Zaque que colocassem as denúncias no papel e que ele determinaria a apuração.
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