histórico de farpas 23.04.2025 | 16h52
Tiago Queiroz/Estadão
Com um histórico de indiretas e farpas trocadas nas redes sociais e nos bastidores, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acenam uma aproximação em meio a mais uma cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar complicações abdominais. No gesto mais recente, Carlos afirmou nesta terça-feira, 22, que a madrasta está cuidando do ex-chefe do Executivo de “maneira excepcional” e como uma “leoa”.
“A maior parte do tempo quem fica com ele é a Michelle, que está cuidando dele de uma maneira excepcional. Ela está ali (como) uma leoa, tomando conta do que pode e do que não pode”, disse Carlos.
O vereador da capital fluminense afirmou ainda durante live no canal de Bolsonaro no YouTube que Michelle “está fazendo um papel fundamental” na recuperação do pai.
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“Acredito que não vai demorar muito para o velho sair do hospital e voltar para a sua labuta diária. Difícil será segurá-lo, porque foi a cirurgia mais agressiva desde a tentativa de assassinato, os problemas aqui fora são constantes e não param de crescer e ele tem que ocupar espaços. Então, segurá-lo vai ser difícil, mas acho que a Michelle está fazendo um papel fundamental para que consiga segurar o velho e coloque um freio nele de vez em quando, porque a vontade dele de demonstrar a verdade é gigante, e ele passa por cima da própria saúde para que isso aconteça”, afirmou.
É a primeira declaração pública de Carlos com elogios à madrasta. Os dois não mantêm uma relação cordial há anos. O vereador é filho de Rogéria Bolsonaro - a primeira mulher de Bolsonaro, mãe dos três filhos mais velhos do ex-presidente - e acumula atritos com a atual mulher do pai. Rogéria e Bolsonaro se separaram entre 1997 e 1998.
De acordo com aliados dos Bolsonaro, Carlos é um dos filhos mais próximos e “apegados” à mãe e não teria reagido bem, à época, à separação dos pais, o que teria causado um mal-estar com Michelle, a terceira mulher do ex-presidente. Antes, Bolsonaro se casou com Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan. Os atritos perduraram e se tornaram públicos após a ascensão do líder da família da zona oeste do Rio à Presidência, em 2018.
“Centralizador” e “sistemático”, como definem aliados, Carlos amenizou o tom em relação à madrasta após a última cirurgia do pai. Michelle e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, foram os responsáveis por decidirem a nova equipe médica que trataria Bolsonaro.
A ex-primeira-dama tem feito movimentos de aproximação com o vereador do Rio. No ato pró-anistia na Avenida Paulista, no início deste mês, Michelle deu um beijo no rosto ao cumprimentar Carlos no trio eletrônico usado como palco na capital paulista - cena, vista por aliados, como improvável até meses atrás.
A relação estremecida foi confirmada por Bolsonaro em fevereiro deste ano. O ex-presidente definiu, em entrevista ao canal Leo Dias TV, que a relação de Michelle com seus três filhos “tem altos e baixos”. “Tem um filho meu que não fala com ela, o Carlos. Tem um problema lá atrás. A Michelle tem seu gênio, talvez, algum problema de ciúmes, não sei. Mas, também, o Carlos amadureceu muito, tem uma filha agora.”
“É uma pessoa que eu não quero conviver”
Em março deste ano, a ex-primeira-dama falou sobre sua relação com o enteado. Em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, ela contou que, embora já tenha perdoado o vereador, não queria conviver com o enteado.
“A gente não se fala, mas eu fui uma intercessora do Carlos. Mas eu respeito porque o Jair teve dois relacionamentos e não deu certo. E ele tinha aquela questão por eu ser mais nova, 27 anos mais nova, e ele não gostou muito. Ele tem o gênio dele, eu tenho o meu gênio. Ele tem a verdade dele, eu tenho a minha verdade. Não desejo nenhum mal para ele, mas é uma pessoa que eu não quero conviver. Não tenho nenhum problema, o que tivemos no passado eu já perdoei, meu coração está limpo em relação a isso”, afirmou a ex-primeira-dama.
Michelle disse ainda que sua decisão era respaldada pela Bíblia e que preferia manter distância do vereador para evitar desentendimentos.
“Eu não sou obrigada a conviver, a Bíblia me dá esse respaldo. Não proíbo o meu marido jamais de ter relacionamento com ele, mas não consigo conviver. Ele tem a liberdade de ir ver a Júlia, a netinha dele, a hora que quiser. Viajar junto, vão pescar juntos. É o filho dele, eu respeito. Não gostaria que fosse assim, mas ele tem o jeito dele e eu tenho o meu. Algumas coisas eu não concordo e, para não ter problema maior, eu prefiro me afastar”, disse.
Os dois chegaram a trocar farpas nas redes sociais no ano passado. Depois de o vereador reclamar do próprio pai no Instagram, a ex-primeira-dama reagiu. Carlos havia incluído um comentário abaixo de foto publicada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em que Bolsonaro aparece com Aurora, filha do parlamentar, no colo.
“Legal o cara fazer isso com sua filha e com a minha não”, disse Carlos. Horas depois, Michelle escreveu “que Deus livre e guarde Aurora de toda inveja e maldade”. O próprio Carlos quis dar visibilidade à crítica e republicou o comentário feito na rede social X (antigo Twitter).
Michelle e Carlos têm um grande histórico de indiretas trocadas. Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer a eleição presidencial contra Bolsonaro em 2022, Michelle e o marido deixaram de se seguir no Instagram. O incidente levou Michelle a ter que desmentir que houve uma desunião entre ela e Bolsonaro.
“Conforme o Jair já explicou em várias lives, quem administra essa rede não é ele”, afirmou Michelle na época. Carlos foi o responsável por criar e comandar as redes de Bolsonaro por mais de dez anos, até 2023, quando afirmou que deixou a função.
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