Crítico do Pix 28.07.2023 | 11h37
Elza Fiuza/ Agência Brasil
Parlamentares e personalidades de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm usado as redes sociais para criticar os posicionamentos controversos do economista Marcio Pochmann, escolhido como o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro de 2020, Pochmann afirmou que o Pix, programa de transferências bancárias online, seria um "passo na via neocolonial na qual o Brasil já se encontra ao continuar seguindo o receituário neoliberal".
"Na sequência vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA", completou Pochmann, em uma publicação no Twitter.
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O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, afirmou que o novo presidente do IBGE representa o "terraplanismo na economia" e é um "rombo no casco" da equipe econômica do governo.
O PP é um dos partidos que negociam cargos na Esplanada dos Ministérios. Na próxima semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o chefe do Executivo devem se encontrar para acertar os detalhes da reforma ministerial que vai acomodar integrantes dos partidos do centrão.
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) também citou o posicionamento de Pochmann sobre o Pix para criticar a indicação de Lula. "Um órgão de Estado, responsável por medir as estatísticas de inflação, desemprego, atividade econômica, aparelhado pela militância petista", comentou.
Apesar de não citar diretamete o nome de Pochmann e a polêmica sobre o Pix, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também usou as redes sociais para comentar a criação da ferramenta, que ocorreu em dezembro de 2020, durante a gestão do ex-chefe do Executivo. "Em nosso governo nunca cobramos qualquer taxa ('CPMF digital') dos usuários do Pix. Sempre fui contra a majoração ou criação de novos impostos", destacou Bolsonaro.
Além de críticas ao Pix, Pochmann é conhecido por outros posicionamentos polêmicos, como a defesa da cobrança de impostos sobre grandes fortunas, aumento de gastos públicos e jornada de trabalho de quatro horas durante três dias na semana.
Indicação de Marcio Pochmann
O nome de Pochmann tem apoio de alas do PT; no entanto, sofreu resistência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e foi indicado sem a anuência da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Embora o IBGE esteja sob o guarda-chuva da pasta de Tebet, a ministra afirmou nesta quinta-feira (27) que nem sequer sabia o nome do indicado de Lula ao posto no órgão.
Apesar disso, ela minimizou o desconforto causado pelo anúncio antecipado do nome de Pochmann e afirmou que "acatará qualquer nome" sugerido pelo presidente Lula ao comando do IBGE. Atualmente, a fundação está sob a presidência interina de Cimar Azeredo.
Pochmann é pós-graduado em ciências políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal, doutor em ciência econômica pela Universidade Estadual de Campinas e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho.
O economista foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e também da Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores, entre 2012 e 2020. Atualmente, está na presidência do Instituto Lula, com sede em São Paulo.
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