em Nova York 22.09.2025 | 07h07
Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta semana da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos. A agenda do petista tem eventos voltados à criação do Estado da Palestina, à defesa da democracia e ao enfrentamento da crise climática.
Na terça-feira (23), Lula fará o tradicional discurso de abertura do encontro da ONU. A fala inaugural é feita pelo Brasil desde a reunião de 1955. Após a declaração do petista, será a vez de o presidente dos EUA, Donald Trump, discursar. Não há, contudo, previsão de agenda fechada entre os líderes, em meio à tensão entre os dois países. No entanto, pode ocorrer um encontro informal entre Lula e Trump — os presidentes podem “se esbarrar” pelos corredores da ONU.
Em paralelo à assembleia, o presidente terá reuniões voltadas para a questão palestina e para a preparação da COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima), que ocorre em novembro, em Belém (PA).
Oriente Médio
Lula deve ir a pelo menos dois eventos voltados à Palestina — 2ª sessão da Confederação Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada pela França e Arábia Saudita.
A postura do Brasil é de que uma paz sustentável no Oriente Médio só poderá ser alcançada se palestinos e israelenses negociarem em igualdade de condições — o que inclui o reconhecimento da capacidade estatal da Palestina.
A expectativa do governo de Lula é usar o momento como oportunidade para ampliar o número de países que reconhecem o Estado palestino — atualmente, 147 já o fazem. França, Reino Unido, Canadá e Portugal sinalizaram interesse nesse reconhecimento, enquanto Israel e Estados Unidos seguem contrários.
Defesa da democracia
Na quarta (24), Lula participa da 2ª edição do evento “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, com a presença de cerca de 30 países. A iniciativa é liderada por Brasil, Chile, presidido por Gabriel Boric, e Espanha, representada por Pedro Sánchez.A diplomacia brasileira avalia que o encontro ocorre em meio a um cenário de incerteza global e de ameaças crescentes aos valores democráticos.
O objetivo é reafirmar compromissos em defesa da democracia, do multilateralismo e do Estado de Direito, além de articular cooperação internacional contra a desinformação, o discurso de ódio, a desigualdade social e a fragilização das instituições.
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A primeira edição do evento foi realizada em julho, no Chile, com a participação dos presidentes do Brasil, Espanha, Colômbia e Uruguai. À época do encontro, os países divulgaram uma declaração conjunta.
Sustentabilidade
Ainda na quarta (24), Lula co-presidirá um evento sobre crise climática ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres.
O Itamaraty avalia que a reunião deve mobilizar os Estados-membros a adotar medidas mais ambiciosas de ação climática, o que inclui novas metas de redução de gases de efeito estufa, as chamadas NDCs. Até agora, apenas 29 países apresentaram os compromissos.
O presidente também participa de um evento organizado pelo Brasil para ampliar o apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que será lançado oficialmente na COP30, para priorizar globalmente o financiamento da preservação florestal.
Outra agenda de Lula em Nova York será o encontro promovido pelo Centro Global de Adaptação, liderado pelo ex-presidente do Senegal Macky Sall, voltado a mecanismos de adaptação às mudanças climáticas.
A delegação brasileira participará, ainda, a partir desta segunda (22), da Semana do Clima de Nova York 2025. O evento reúne cerca de 500 atividades com governos e sociedade civil e acontece em paralelo à Assembleia Geral da ONU desde 2009.
Na avaliação do Itamaraty, a semana funciona como espaço de mobilização e debate de soluções climáticas elaboradas por países, setor privado e sociedade.
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