críticas 27.04.2021 | 08h21
Youtube/Reprodução
O delegado da PF (Polícia Federal) e ex-superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva, afirmou na segunda-feira (26) que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, "tornou legítima a ação de criminosos" que exploram madeira de forma ilegal na Amazônia. A afirmação se deu em depoimento à Comissão de Legislação Participativa na Câmara dos Deputados.
Saraiva foi demitido de sua função após enviar uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro. Ele foi responsável pela Operação Handroanthus, que fez apreensão recorde de toras na região (mais de 220 mil metros cúbicos).
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Ele explicou que Salles compareceu à região e acabou interferindo no trabalho, trabalhando no sentido da liberação da carga apreendida. O ministro se reuniu com empresários madeireiros, que alegaram se tratar de corte legal, e prometeu uma rápida revisão da documentação.
"Ele foi até a área, fez uma 'pseudoperícia'. De 40 mil toras, olhou duas e disse que conferiu. Que a princípio estava certinho, que as pessoas apresentaram escrituras", afirmou Saraiva nesta segunda. O delegado ressaltou que, no entanto, foi idenficiado que as madeiras vinham de grandes áreas griladas.
Saraiva prosseguiu nas críticas ao ministro, afirmando que ele fez o inverso do esperado, que era dar respaldo à fiscalização. "O senhor ministro fez uma inversão, tornou legítima a ação dos criminosos, e não dos servidores públicos. Então, em linhas gerais, e sendo bem preciso, foi isso que nos motivou a fazer essa notícia-crime", disse.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou que Salles responderia às acusações feitas na Justiça.
Queixa-crime
No dia 14 de abril, o delegado enviou ao STF um pedido de investigações contra o ministro Ricardo Salles. No dia seguinte (15), a direção da Polícia Federal decidiu substituí-lo como Superintendente Regional do Amazonas. Sua demissão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 20.
Salles, segundo Alexandre Saraiva, deveria ser investigado por sua reação à operação que resultou numa apreensão histórica de madeira ilegal. A notícia-crime aponta três possíveis delitos: dificultar a ação fiscalizadora do poder público no meio ambiente, exercer advocacia administrativa e integrar organização criminosa.
O convite para o delegado prestar informações foi objeto de requerimento nas duas comissões. Na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, foi proposto pelos deputados Helder Salomão (PT-ES) e Paulo Teixeira (PT-SP) e subscrito pela deputada Vivi Reis (PSOL-PA). Na Comissão de Legislação Participativa, foi apresentado pelos parlamentares Joseildo Ramos (PT-BA) e Paulo Teixeira (PT-SP), com o apoio de João Daniel (PT-SE).
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