O discreto charme francês do Peugeot 206 SW

A trajetória da perua Peugeot 206 SW ainda é curta no mercado brasileiro. Mas basta uma olhadela para descobrir qual a principal atração do modelo: o estilo. Nada mais coerente, já que os modelos da marca do leão são particularmente felizes no aspecto estético. A perua compacta segue essa receita e exibe um discreto e atraente charme, à imagem e semelhança do que acontece com o hatchback. Essa aparência agradável está não só na bem-resolvida dianteira, que repete as linhas do 206 hatch. Marca presença, também, na traseira cheia de personalidade, com lanternas graúdas posicionadas verticalmente nas colunas e coadjuvadas pelo vigia traseira, que ainda tem a bossa de se abrir separadamente da tampa.

Por dentro, a station wagon segue os padrões do hatch. Tem acabamento correto, linhas ainda moderninhas e recebe bem os ocupantes. Mas está distante de ser uma referência em luxo ou espaço. Algo, aliás, que pode ser dito também do porta-malas. O bagageiro da pequena perua comporta 313 litros de tranqueiras com os bancos traseiros em posição normal e até 1.136 litros com eles deitados. São volumes modestos e inferiores aos dos principais concorrentes no mercado brasileiro Fiat Palio Weekend e Volkswagen Parati. Ou seja, a 206 SW é mais afeita a desfiles que a fretes, mesmo aqueles diários, como o de volumes oriundos de uma boa compra no supermercado.

Além de volume limitado, a carga transportada no porta-malas da 206 SW também não deve ser muito pesada. Isso porque o motor 1.4 8V dá conta do recado em uso urbano diário tradicional, como levar os filhos ao colégio e que tais, mas quando é severamente solicitado, como quando o carro está muito pesado, mostra seus limites. Afinal, suas 1.360 cilindradas em quatro cilindros em linha e oito válvulas rendem valentes, mas apenas razoáveis 75 cv de potência máxima a 5.500 giros e 12 kgfm de torque a 2.800 giros.Vale lembrar que esse motor terá uma vida relativamente curta no mercado brasileiro. Pelo menos na alimentação: por enquanto o 1.4 8V só bebe gasolina, mas já no segundo semestre deverá entrar na onda dos flexfuel.

Algo semelhante com o que aconteceu ao motor 1.6 16V, que equipa as versões mais completas da 206 SW: andava só com gasolina, mas logo passou a aceitar o rabo-de-galo. Não se deve, porém, descartar totalmente a versão a gasolina ainda mais nas cidades onde o álcool, que rende 30% menos, em média, nos motores, não custe menos que 70% do preço da gasolina.

Quem vai a bordo pode não ir muito rápido com o motor 1.4 8V, mas até vai bem. Além do acabamento honesto, a pequena perua tem uma razoável lista de equipamentos de série, embora não seja completíssima. Mas são funcionais os recursos de conforto e conveniências, que efetivamente facilitam a vida a bordo.

Estão lá, por exemplo, direção hidráulica, coluna da direção, faróis, cintos dianteiros e banco do motorista com regulagem de altura, desembaçador, limpador e lavador traseiro, imobilizador do motor, check control, vidros e travas elétricas, tomada 12V e vidro da tampa do porta-malas com abertura independente, entre outros.

Já a segurança está a cargo da break-light e barras de proteção nas portas, enquanto o airbag duplo está posicionado na lista de opcionais, junto com o ar-condicionado e a pintura metálica.

Freios com ABS, contudo, não estão disponíveis para a versão 1.4 8V, enquanto artigos como faróis de neblina dianteiros, acendedor de cigarros, rádio/CD-player, comandos do som no volante e rodas de liga leve com aros de 14 polegadas parecem ser considerados luxos pela marca, já que são apenas acessórios de concessionária. Uma medida, porém, necessária para garantir um preço razoável ao carro, que começa em R$ 37.690 e, completo, vai a R$ 43.750.