Jornal A Gazeta comemora 31 anos de circulação em MT

Um coquetel no antigo Hotel Eldorado em Cuiabá marcou o lançamento do jornal A Gazeta, em 23 de março de 1990, há 31 anos. Estavam presentes no evento várias autoridades da época, como o então governador Edison Freitas de Oliveira, além de representantes de segmentos produtivos e sociedade organizada do estado. Ganhavam destaque naquela noite de quarta-feira o pioneirismo e a tecnologia daquele que rapidamente se tornaria um dos principais veículos impressos do Centro-Oeste, o primeiro a ter uma redação totalmente informatizada.

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O reconhecimento veio inclusive de veículos concorrentes à época. O empresário Benedito Alves Ferraz, da Companhia Editora Mato-Grossense, responsável por editar o Jornal do Dia, disse que Mato Grosso realmente precisava de um jornal que integrasse o estado. “Com a entrada de A Gazeta, o mercado será obrigado a se sofisticar e quem ganha com isso é o leitor”, sintetizou Ferraz Junior, em entrevista ao Vida na ocasião.

O político e ex-ministro Dante de Oliveira, também presente no evento, afirmou que o lançamento de um jornal diário num momento de profunda crise econômica no país atestava o dinamismo dos empresários do estado. O então deputado federal Antero Paes de Barros completou: “um jornal que nasce em Cuiabá com a tecnologia mais avançada do Brasil é essencial para a imprensa do estado e de toda a Amazônia Legal”. O parlamentar não poupou palavras ao elogiar a equipe de jornalistas que compunha o quadro naquele momento: “são profissionais do mais alto gabarito e funcionarão como pulmão da empresa”.

A busca pela excelência jornalística e a sintonia com o que há de mais moderno desde então marcaram sua trajetória. Hoje, o presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, celebra os 31 anos de circulação do jornal enaltecendo o impresso que representa o início da trajetória de todos os veículos do conglomerado. Para ele, tantos anos de mercado representam “um projeto mais que consolidado e vitorioso”. “É uma celebração da credibilidade, principalmente por ser um veículo de opinião, de coragem e independente. O público só compra o jornal, assiste a TV ou ouve as rádios se acreditar no veículo. Portanto, eu relaciono todo o sucesso de A Gazeta com a credibilidade que construiu junto aos leitores, é isso que faz a gente sobreviver tanto tempo”, complementa o jornalista e empresário.

Acerca do peso que as redes sociais e a internet vêm ganhando nos últimos anos, principalmente no que diz respeito à circulação de notícias, Dorileo lembra que A Gazeta buscou sempre aliar uma postura vanguardista com conteúdo. “Hoje, nós estamos num momento transitório da mídia mundial para as redes sociais, que têm a característica da velocidade e interatividade. Ainda assim é provada no mundo todo a força da mídia tradicional. O jornal impresso transformou-se mais ainda em um veículo de referência e consulta para o leitor, principalmente pela responsabilidade jurídica. O repórter escreve, assina e o nome de todos os envolvidos é publicado no expediente. Então há responsabilidade sobre as informações prestadas”, ressalta.

Novo visual

O jornal que se notabilizou por empregar as tecnologias mais modernas, desde o funcionamento da redação, passando pela edição, paginação e chegando até a impressão, aplica o mesmo espírito em sua programação visual. Foram várias mudanças estéticas ao longo de 31 anos. E, marcando boa parte dos aniversários do jornal, essas alterações buscam trazer mais beleza, funcionalidade e prazer ao leitor, como quando adotou os QR Codes, que fazem hiperlinks com o site gazetadigital.com.br.
Desta vez, a família de fontes utilizada nas manchetes foi atualizada para oferecer mais espaço e clareza aos títulos. Além disso, algumas colunas, foram reposicionadas, buscando melhorar a disposição dos elementos em algumas páginas. Algumas sutis, outras mais evidentes, as mudanças tornarão a leitura um ato mais intuitivo, conduzindo melhor o leitor pelas páginas.

Reportagens marcantes

A direção executiva do jornal está a cargo da jornalista Margareth Botelho, que atuou já na primeira edição como repórter. Com propriedade, ela ressalta que os principais acontecimentos ocorridos em Mato Grosso, no Brasil e no mundo ganharam destaque nas páginas de A Gazeta. Alguns ficaram marcados. Ela recorda inúmeros momentos em que as informações publicadas pelo jornal impactaram diretamente a vida de toda a população mato-grossense.

“Na época que lançamos uma capa com a chamada Lista da Agonia, havia uma fila infindável de pessoas à espera de atendimentos na saúde pública. A partir daquele momento, o jornal começou a denunciar drenagem de pacientes nas filas de espera, esquema de maqueiros, entre vários problemas que empacavam o sistema de saúde na época. A partir de então, a triagem na saúde pública começou a ser mais humanizada, menos politizada”, relembra Margareth, reafirmando o importante papel do veículo na prestação de serviços à comunidade.

Outra realidade influenciada pela circulação do jornal foi a vida dos políticos do estado. Sobre esse tema, Margareth destacou a série de reportagens intitulada O Crime Compensa, que acompanhou de perto as delações premiadas e os casos de crime de colarinho branco enolvendo, como por exemplo, o ex-governador Silval Barbosa.

Além da participação ativa na vida do leitor, Margareth cita também o pioneirismo de A Gazeta em inserir nas suas páginas textos opinativos, sem nenhum tipo de “censura” sobre os articulistas. Através desses artigos, o jornal fomentou a discussão no campo das ideias. “Quando A Gazeta nasceu, não existia espaço aberto para opinião nos jornais da região. É extremamente importante estabelecer esse espaço livre, com todo tipo de opinião para possibilitar ao leitor visões sob outras perspectivas”, finaliza a jornalista.