28.06.2016 | 00h00
No contexto da sua vida, mesmo sem perceber, em que momentos você se coloca como vítima e em quais outros assume e responsabiliza-se pelas suas escolhas? Se em todos você age baseado na segunda opção, então este é um diferencial marcante em si. Há uma postura mental que denigre a autoimagem e a estima do indivíduo. É quando ele prefere a via do vitimismo, essa é uma doença em que as pessoas se consideram punidas com tudo.E agem como se fossem marionetes nas garras do destino.
Você já deve ter conhecido alguém com uso costumeiro de expressões do tipo: ‘ninguém gosta de mim‘ ‘ai, como eu sofro‘, ‘o mundo não é justo‘ ou ‘eu nunca tenho sorte‘ dentre um rol de lamentos que empobrecem a capacidade de aprendizagem de fatores que possam fortalecê-lo. A sensação de perseguição e injustiça se torna para pessoas assim um mecanismo de defesa. Se sentem justificadas ante ao fracasso pessoal que impõem a elas mesmas.
Quem age como vítima sabota a si próprio e deixa de atuar como agente de mudança. Essa é uma postura autodestruidora que mina a possibilidade de autonomia, de desenvolvimento e de maturidade individual perante a vida.Geralmente o perfil de vitimização é tido como tóxico. É o tipo de pessoa que reclama geral. Por não preferir admirar, escolhe a inveja, a crítica e o desdenho. Também o ciúme, a possessão e o egoísmo são armas que cravam a fraqueza que ela carrega. É gente que cultua problemas e compete para que as dificuldades dela sejam sempre maiores que as dos outros. O mundo sempre parece estar errado para quem o vê dessa maneira. A atitude negativa e que não insere comportamentos de mudança faz com que pessoas assim se tornem negativas, negadoras e reativas.
Ninguém melhor que o próprio indivíduo, após uma tomada de consciência, pode abrir as portas que ele mesmo trancou na vida. Ele pode pedir ajuda para isso, e esse um ato saudável e de bravura, inclusive. Há quem mesmo após ter passado por experiências ou vivências traumáticas, não se dispõe a viver minando a própria existência como se fosse um coitado. Como a vida é feita de escolhas, essas pessoas escolhem ações em favor do potencial que há nelas, e extraem mais disso. Um exemplo dessa maneira de ver a vida é possível ver nos esportistas das paraolimpíadas. São pessoas que passam pela vivência da superação e descobrem que o desafio soa-lhes bem melhor.
O psicoterapeuta suíço Carl Jung acertadamente expressou que aquilo que não enfrentamos em nós mesmos acabaremos encontrando como destino. Então, como eliminar o coitadismo, a pena de si mesmo? Sem dúvida, isso é possível e pode ocorrer pelo aumento do grau de resiliência do indivíduo, o investimento em um projeto para a própria vida. E mais, através da atitude de coragem para imprimir em si mesmo novos comportamentos, e acima de tudo, mudar as próprias crenças.Será nesta última dimensão, campo de crenças, que o indivíduo pode ressignificar os modelos mentais que ele abriga sobre si mesmo, sobre os outros e sobra o ambiente que o cerca.
Por fim, tudo isso dependerá do desejo da mudança, que é o passo inicial da transformação.Foi o filósofo Sêneca quem elucidou que faz parte da cura o desejo de ser curado. Mas, pode ser que a pessoa perceba que os ganhos secundários obtidos mantendo-se como vítima sejam mais interessantes do que o processo da mudança e prefira fugir disso. É quando ela percebe que pode ser melhor culpar os outros e o mundo do que assumir responsabilidades pelas próprias escolhas. Mesmo que ele saiba que a felicidade própria esteja na mudança, vai preferir agir como um coitado. Afinal, essa é também uma escolha.
Jair Donato é jornalista em Cuiabá, professor universitário, palestrante, consultor e especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. E-mail: jair@domnato.com.br
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