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Cuiabá, Segunda-feira 01/12/2025

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01.12.2025 | 09h29

Calendário Ecológico de 2026

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Juacy da Silva

Reprodução

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O final do ano se aproxima, indicando que em breve estaremos em 2026. Como sempre acontece, precisamos visualizar o que está por vir e nos posicionarmos em relação ao futuro que se apresenta. Tendo em vista a importância das questões socioambientais, elaboramos um calendário para nortear nossas reflexões e também nossas ações.

 

O objetivo é enfrentar os principais desafios que estão diante de nós, permitindo que cada pessoa e cada instituição — pública e privada, incluindo Igrejas, Escolas, o empresariado rural e urbano, e os meios de comunicação — possa fazer sua parte nesta verdadeira cruzada em defesa de nossa Casa Comum.

 

Diante da crise climática, que a cada dia se torna mais grave, mais frequente e cujas consequências são terríveis, e da degradação de biomas e ecossistemas, do desmatamento, da destruição das florestas, das queimadas, da poluição em níveis elevadíssimos das águas, dos solos e do ar, da falta de arborização urbana, da fome e da exclusão de bilhões de pessoas pelo mundo (e milhões no Brasil), é importante, necessário e fundamental que haja um esforço coletivo para enfrentar esses problemas e desafios, antes que todas as formas de vida no planeta, inclusive a vida humana, sejam profundamente afetadas.Os anos de 2015 e 2025 podem ser considerados anos emblemáticos em relação aos desafios socioambientais globais.

 

Em 24 de maio de 2015, podemos identificar três marcos significativos para o movimento ambientalista mundial. Em maio daquele ano, o Papa Francisco publicou a Encíclica Laudato Si', um marco na história da Igreja. Ela "resumiu tudo" o que a Igreja, ao longo de décadas ou séculos, havia exortado sobre o meio ambiente e a natureza como Obra da Criação, conectando as questões ambientais à Doutrina Social da Igreja e à Opção Preferencial feita por ela, principalmente no Concílio Vaticano II.

 

Em 27 de setembro, a ONU homologou e publicou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), denominados desde então de Agenda 2030, estabelecendo 17 grandes metas para ajudar os países a orientarem suas políticas públicas e articularem ações globais e mundiais para enfrentar os grandes desafios globais, incluindo as mudanças climáticas, a destruição da biodiversidade animal e vegetal, as secas e a desertificação.E, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, foi realizada a COP21, tendo como principal resultado e marco o Acordo de Paris.

 

Nele, a quase totalidade dos países firmou um compromisso internacional no sentido de reduzir e controlar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), para que a temperatura média do planeta não exceda $2,0^\circ$ graus Celsius até o final do Século 21 e, se possível, não ultrapasse $1,5^\circ$ graus até 2040. O que, diga-se de passagem, já foi ultrapassado em 2024, considerado o ano mais quente em mais de um século e meio.

 

Pois bem, dez anos depois desses três marcos significativos, o mundo encontra-se em uma situação socioambiental pior do que em 2015. Foi neste clima que, há poucas semanas, realizou-se em Belém, no Estado do Pará, a COP30, em meio a muita “pompa e circunstância”, discursos, euforia e discussões.

 

Contudo, houve poucos resultados efetivos quanto aos principais desafios socioambientais, especialmente o estabelecimento de um ponto de referência temporal para que o mundo abandone a produção e o uso de combustíveis fósseis e promova uma transição energética no contexto da Justiça Climática, Social e Intergeracional.

 

Assim, chegamos ao final de 2025, a apenas cinco anos do marco "final" para que o mundo e todos os países atinjam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Isso indica que estamos perdendo a corrida contra as catástrofes socioambientais, que se intensificam a cada ano, com maior intensidade e impacto ao redor do mundo.

 

No entanto, os aspectos cruciais que provocam a degradação socioambiental, o aquecimento global, as mudanças climáticas, o aquecimento e a elevação dos níveis e da temperatura das águas dos mares e oceanos — aumentando o risco de deslocamento de bilhões de pessoas que moram em áreas costeiras e em milhares de ilhas em todos os continentes — repito, os principais desafios, por pressão dos grandes poluidores, têm ficado sistematicamente fora dessas discussões e das ações de mitigação ou resolução dos problemas.

 

O conhecimento já produzido por inúmeros cientistas, estudiosos, relatórios de organismos de estudos e pesquisas, e também por parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, tem demonstrado sobejamente que $75\%$ da produção e emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE) decorrem do uso de combustíveis fósseis (petróleo e seus derivados), gás natural e carvão mineral, e que $80\%$ dessas emissões são produzidas pelos países ricos ou mais desenvolvidos, ou seja, o famoso G20, do qual o Brasil também participa.

 

Pelo Acordo de Paris, firmado entre mais de 180 países e territórios em 2015, na COP 21, os países ricos e os maiores poluidores se comprometeram a aportar recursos para um fundo a ser utilizado pelos países pobres, que menos poluem, mas que sofrem com as consequências da degradação socioambiental produzida pelos maiores poluidores.

 

Todavia, este compromisso tem sido sistematicamente descumprido, e esses mesmos países produtores e consumidores de combustíveis fósseis, inclusive o Brasil, também se recusam a assumir o compromisso de colocar um ponto final, a partir de uma data a ser acordada, no uso desses combustíveis sujos. Isso indica que a elevação da temperatura média do planeta deverá superar não apenas os $1,5^\circ$ graus, mas, certamente, os $2^\circ$ (dois) graus centígrados dentro de poucas décadas, colocando em risco todas as formas de vida no planeta Terra, principalmente a vida humana.Precisamos de mais ações, de mudanças de estilo de vida, de consumismo, de desperdício. Enfim, precisamos de CONVERSÃO ECOLÓGICA e de um pacto global para salvar a ecologia integral, o Planeta Terra, nossa CASA COMUM, enquanto é tempo, pois o “ponto do não retorno” já está entre nós.

 

Além das datas e dos dias relacionados com eventos ecológicos, cabe registrar que em 2026, a Campanha da Fraternidade, coordenada pela CNBB e desenvolvida em todas as mais de 12 mil paróquias, em todos os Estados e no Distrito Federal, terá como tema FRATERNIDADE E MORADIA. Como tal, é um tema umbilicalmente relacionado com a Ecologia Integral, com a pobreza e a exclusão em todas as dimensões.

 

Existe uma máxima que diz ser importante pensarmos globalmente e agirmos localmente e individualmente, mas, de preferência, COLETIVAMENTE.

 

Os resultados terão um maior poder de transformação de estilos de vida e, consequentemente, maiores impactos nas questões socioambientais.

 

Assim, ao longo do ano de 2026, da mesma forma que em anos anteriores e no futuro, tanto no nível internacional/mundial quanto nos países, inclusive no Brasil, o calendário destaca algumas datas importantes que nos propiciam uma reflexão mais profunda sobre aspectos particulares da ecologia.

 

Devemos aproveitar esses dias ou semanas especiais para celebrarmos, comemorarmos ou, inclusive, alertarmos a população e a opinião pública sobre a importância das diferentes ações que possam estimular mudanças de comportamento, de atitudes e de estilo de vida, que contribuam para um melhor cuidado com a Casa Comum, que é o nosso Planeta Terra.

 

Procure saber mais e refletir criticamente, ao longo do próximo ano, sobre esses dias e semanas especiais voltados para a Ecologia Integral e que constam deste:

 

CALENDÁRIO ECOLÓGICO DE 2026

JANEIRO

11 Dia do Controle dos Agrotóxicos

26 Dia Mundial da Educação Ambiental (ver também 03 de Junho)

26 Dia Internacional da Energia Limpa

31 Dia do Engenheiro/engenheira ambiental

FEVEREIRO

02 Dia Mundial de Proteçãs das Zonas Úmidas

06 Dia do Agente da Defesa Ambiental

07 Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas

18 Quarta Feira de Cinzas – Início da CF 2026 Fraternidade e Moradia

20 Dia mundial da Justiça Social

MARÇO

01Dia do Turismo Ecológico

03 Dia Mundial da Vida Selvagem

04 Dia Mundial da Egenharia para o Desenvolvimento Sustentável

05 Dia Mundial da Eficiência Energética

13 Dia do Conservacionismo

14 Dia Internacional contra as Barragens

16 Dia Mundial da Conscientização sobre as mudanças climáticas

21 Dia Mundial das florestas

22 Dia Mundial da Água (ver também 19 de Setembro)

23 Dia Mundial da Meteorologia

29 Dia da Coleta Nacional da Solidariedade – Domingo de Ramos

30 Dia Internacional do Lixo Zero (Ver também 29 de Setembro)

ABRIL

03 Sexta feira da Paixão

05 Domingo de Páscoa

15 Dia Nacional da Conservação do Solo (ver também 05 de Dezembro)

17 Dia da Botânica

19 Dia dos Povos Indígenas -Brasil (Ver também dia 09 Agosto)

22 Dia da Terra

28 Dia Nacional da Caatinga

MAIO

11 Dia Mundial das Aves Migratórias

12 Dia Nacional da Sanidade Vegetal

16 Dia do Gari (cuidado com o lixo/resíduos sólidos)

17 Dia Internacional da Reciclagem (ver também 05 de Junho)

20-Dia Mundial das Abelhas (ver 03 de Outubro)

21 – Dia das Plantas Medicinais

22 Dia Internacional da Biodiversidade biológica

16 a 24 de maio: Semana Laudato Si

24 – 11º Aniversário da publicação da Encíclica Laudato Si

25 Dia do Trabalhador Rural

27 Dia Nacional da Mata Atlântica

29 Dia Mundial da Energia

JUNHO

01 a 08 Semana do Meio Ambiente

03 Dia Nacional da Educação Ambiental (ver também 26 Janeiro)

05 Dia da Ecologia

05 Dia Mundial do Meio Ambiente

05 Dia Nacional da Reciclagem (ver também 17 de Maio)

05 Dia Internacional contra a Pesca Ilegal

07 Dia Mundial da Segurança dos Alimentos

08 Dia Mundial dos Oceanos

11 Dia do Educador Sanitário – Educadora sanitária

17 Dia Mundial de Combate `a Desertificação e `a Seca

17 Dia do Gestor Ambiental

30 – Dia Nacional do fiscal agropecuário

JULHO

03 Dia Internacional Sem Sacos Plásticos

12 Dia do Engenheiro Florestal

13 Dia do Engenheiro de saneamento/sanitarista

17 Dia Mundial de Proteção das Florestas (ver também dias 21 março e 21 de Setembro)

26 Dia Mundial de Proteção dos Manguezais

AGOSTO

08 Dia Interamericano da qualidade do ar

09 Dia Internacional dos Povos Indígenas (ver também 19 de Abril)

10 Dia dos pais

10 Dia internacional do biodiesel

10 Dia da Solidariedade Cristã

12 Dia Nacional dos Direitos Humanos

21 Dia Nacional da Habitação

28 Dia Nacional do Voluntariado

SETEMBRO

1º de setembro a 4 de outubro: Tempo da Criação

01 Festa da Criação e momento de abertura do Tempo da Criação

01 Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

03 Dia do Biólogo

05 Dia da Amazônia

05 Dia Internacional da Sobrecarga de plásticos (Dia Internacional do excesso de plásticos)

07 Dia da Independência do Brasil

07 Dia Mundial do Ar Limpo (Combate `a poluição do Ar)

11 Dia Nacional do Cerrado

16 Dia Internacional de luta para a preservação da Camada de Ozônio

19 Dia Mundial de luta pela Limpeza das Águas (ver também 22 de Março)

21 Dia da Árvore (ver também 21 de Março e 17 Julho)

22 Dia Nacional em defesa da Fauna

25 Dia da Bandeira dos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

29 DIA Internacional de Conscientização sobre Perda e Desperdício de Alimentos (Dia Internacional do Deperdício Zero). Ver também 30 de Março

29 Dia Mundial dos Rios

OUTUBRO

01 Dia Internacional e Nacional das Pessoas Idosas

01 Dia do Vegetarianismo

03 Dia Nacional da Agroecologia

03 Dia Nacional das Abelhas (ver 20 de Maio)

04 Dia de São Francisco de Assis e Encerramento do Tempo da Criação

04 Dia da Natureza

04 Dia dos Animais

07 Dia Mundial do Habitat

12 Dia do Engenheiro Agrônomo/Engenheira Agrônoma

15 Dia do Educador Ambiental e Dia do Professor e da professora

16 Dia Mundial da Alimentação (fome zero)

17 Dia da Agricultura

17 Dia Mundial de Erradicação da Pobreza

31 Dia Mundial das Cidades

NOVEMBRO

01 Dia do Veganismo

08 Dia Mundial do Urbanismo

09 a 16 Semana Mundial dos Pobres

12 Dia do Pantanal

16 Dia Mundial dos Pobres (33º Domingo do Tempo Comum)

20 Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (Feriado Nacional)

DEZEMBRO

05 Dia Mundial do Solo (ver também 15 de Abril)

10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos ( Meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todas as pessoas – ênfase no conteúdo do Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

 

Como podemos perceber ao longo de 2026 teremos inúmeros momentos (pelo menos 78 dias e algumas semanas especiais para a ecologia integral, que aqui estão destacados) para refletirmos sobre aspectos importantes relacionados com a vida no Planeta Terra e a CRISE CLIMÁTICA, que a cada dia e ano são mais constantes, cujos efeitos são cada vez mais catastróficos.

 

Cabe-nos, a todos nós, população em geral, empresários, governantes, lideranças sociais, políticas e religiosas aproveitarmos esses dias para estimularmos as pessoas e as instituições governamentais e não governamentais, inclusive as religiosas, clubes de serviços, empresários, escolas etc para dedicarem um pouco de tempo para refletirmos e encontrarmos caminhos e saidas para esta grave crise climática e desafios socioambientais que tanto nos afetam.

 

Esta é uma forma, também, de praticarmos a Educação Ambiental, na verdade a EDUCAÇÃO ECOLÓGICA CRÍTICA E LIBERTADORA!

 

Finalmente, precisamos transoformar nossos discursos, nossos sonhos em realidade. Somente as ações produzem transformações socioambientais, mudanças de costumes, de estilo de vida e de sistemas produtivos. Precisamos ter mais respeito pela natureza, pelas Obras da Criação, combatermos o consumismo, o desperdício e geração de lixo, resíduos sólidos, da mesma forma ue precisamos promover uma transição energética justa e rápida, se o mundo não abandonar a produção e uso de combustíveis fóssseis, a tendência será o aumento das catástrofes e a humanidade ter ue conviver com condições extremamente desfavoráveis a todas as formas de vida no planeta terra, principalmente a vida humana.

 

Juacy da Silva é professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, Sociólogo, Mestre em Sociologia, Ambientalista, Articulador da Pastoral da Ecologia Integral – PEI – Região Centro Oeste Email profjuacy@yahoo.com.br Instagram @profjuacy Whats app 65 9 9272 0052

 

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Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

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